Os países emergentes, como Brasil, China, África do Sul, México e Índia, possuem um grande desafio à sua frente: continuar crescendo sem que isso implique no aumento de suas emissões de gases do efeito estufa.
A pressão internacional para estabelecer metas para esses países já é grande e tende a ficar cada vez maior uma vez que novos levantamentos apontam que as emissões globais estão aumentando por causa do desenvolvimento dessas economias.
De acordo com o Centro Comum de Investigação da União Europeia (Joint Research Centre - JRC), as emissões mundiais aumentaram 45% entre 1990 e 2010, mesmo com os países mais ricos registrando queda ou aumentos menos significativos em suas emissões. Assim, sobra para os emergentes a reponsabilidade desse crescimento.
Os dados do JRC mostram que só entre 2009 e 2010, as emissões chinesas subiram 10% e as indianas, 9%. Em outras nações emergentes como o Brasil, o México e a Coreia do Sul, a liberação de CO2 cresceu em média 5% neste período.
Para a Administração de Informação Energética dos Estados Unidos (EIA), que divulgou na semana passada o relatório International Energy Outlook 2011, as emissões dos emergentes chegarão a 28,9 bilhões de toneladas métricas em 2035, 73% a mais do que eram em 2008.
Diante de números como esses, fica cada vez mais improvável que o Protocolo de Quioto, que demanda metas apenas dos países ricos, consiga a aprovação necessária para continuar em vigor após 2012.
O dilema para os emergentes é como conseguir tirar milhões da pobreza sem que isso reflita no aumento das emissões. A solução é complexa, mas com certeza passa por energias renováveis, eficiência energética e economia de baixo carbono.