quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ENERGIA ELÉTRICA


Energia Elétrica
Um bilhão de pessoas podem ganhar energia elétrica até 2030
Aumentar a acessibilidade da energia elétrica e emitir mais CO2 ou controlar as emissões e manter milhões de pessoas sem luz, eis a questão. Mas um novo documento da Agência Internacional de Energia (AIE) lançado nesta semana indica que será possível fornecer eletricidade para mais de um bilhão de pessoas até 2030 sem aumentar muito as emissões. Quem sabe agora o mundo finalmente perceba que é possível combinar desenvolvimento com preservação.
“Erradicar a pobreza energética é um imperativo moral, e esse relatório mostra que isso é atingível. Agora é apenas uma questão de unir a vontade política. Hoje, em muitos países, as crianças não podem fazer suas lições de casa porque não têm luz. A comida não pode ser mantida porque não há eletricidade. Resumindo, a sociedade moderna não pode funcionar”, declarou Maria van der Hoeven, diretora-executiva da AIE.
“As Nações Unidas declararam 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, e essa é uma oportunidade excelente para concordarmos com uma ação coletiva rápida para lidar com esse problema inaceitável”, acrescentou Hoeven.
Segundo o relatório da AIE, Energy for All (Energia para todos), para cumprir esse objetivo, seriam necessários US$ 48 bilhões, ou 3% do investimento mundial em energia. O documento detalha que deste total, US$ 18 bilhões poderiam vir de fontes de desenvolvimento bi ou multilaterais, US$ 15 bilhões poderiam vir dos governos e US$ 15 bilhões do setor privado.
E para fazer isso, o documento explica que não seria necessário aumentar muito as emissões de gases do efeito estufa (GEEs). Com a utilização de tecnologias de energias limpas, seria possível fornecer essa demanda energética com um crescimento de apenas 0,7% nas emissões.
“O setor privado deve conduzir uma revolução energética investindo em energias limpas”, afirmou Fatih Birol, economista chefe da AIE. “Tais soluções poderiam revitalizar a economia global e combater as mudanças climáticas”, concordou Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.
E segundo especialistas em energia e mercado, estes investimentos não só ajudariam a fornecer energia aos que não a recebem, calcula-se que 1,3 bilhões de pessoas, ou 20% da população mundial, não têm acesso à eletricidade como também dariam lucro às empresas, que fariam nascer a partir desses investimentos novos mercados consumidores.
“A oportunidade de mercado é conduzida pela rede de baixa penetração, as grandes e crescentes populações, preços de energia altos e populações de renda muito baixa”, afirmou Nadine Kettaneh, gerente da WillowTree, uma companhia de investimentos de Dubai. Segundo Kettaneh, todos esses são fatores que contribuem para um mercado muito atrativo, por exemplo, para a luz solar portátil.
“Temos que introduzir capital com fins lucrativos para atingir nosso objetivo”, disse Greg Spencer, co-fundador da Blue Source LLC, uma companhia que desenvolve e administra projetos que reduzem emissões de carbono, gerando compensações comercializáveis. “Queremos provar que é possível fazer o bem e ter lucro ao mesmo tempo”, concluiu.



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