segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SILÊNCIO


28 de Novembro – Dia do Soldado Desconhecido
Os homens, numa obra-prima de sua ignorância e de sua loucura, inventaram as guerras.
E começaram a se matar, destruindo-se impiedosamente, cada vez com mais ansiedade, cada vez em maior número.
Num requinte de sua maldade os homens aperfeiçoaram os engenhos bélicos, multiplicando a sua força destruidora para matar mais e mais depressa.
Com variados pretextos as guerras se sucedem por todo o mundo, num fratricídio cada vez mais assustador, cada vez mais cruel, cada vez mais insano.
Ao longo dos tempos muitos soldados tombaram nos campos de batalha. Alguns cobertos de glória pelo valor demonstrado, pelo heroísmo de suas ações, pela abnegação com que deram suas vidas por uma causa que muitas vezes eles nem conseguiram compreender. E morreram muitas vezes sem se dar conta de que eram vítimas da incompreensão de líderes, alguns dos quais sanguinários, corruptos e com tresloucados sonhos de hegemonia.
Nem todos os soldados, porém, morreram assim gloriosamente, ficando seus nomes na História de seus países como exemplos de patriotismo e bravura.
Outros, em número imensamente maior, morreram anonimamente, sem que se soubesse sequer os seus nomes, e quando não ficaram expostos ao apetite dos abutres tiveram para seu descanso a vala comum dos desconhecidos.
Por mais valentes que tenham sido, muitas vezes não se soube o que fizeram, como lutaram, com que coragem enfrentaram aqueles que alguém lhes disse que eram seus inimigos.
Não houve toque de clarim no seu sepultamento. Não houve salva de canhões no momento em que desceram à sepultura. Não houve discursos, não houve homenagens.
Soldados desconhecidos, um dia alguém se lembrou de enaltecê-los. A idéia foi aceita, a intenção foi compreendida e por todo o mundo surgiram monumentos em honra ao Soldado Desconhecido. E foi escolhida uma data para homenageá-lo, sem preocupação quanto a sua nacionalidade, sem que se leve em conta a guerra em que tombou, sem que se considere o motivo da hecatombe da qual foi personagem e vítima.
Muitos prestam nesse dia as suas homenagens a essa vítima anônima da estupidez humana.
É provável que haja muitos toques de clarins, muitos discursos em frente a monumentos ornamentados com flores, muitas palavras de louvor a esse soldado que morreu no anonimato.
Talvez alguém se lembre que esses soldados deixaram mães inconsoláveis, esposas angustiadas, filhos na orfandade.
Poucos, no entanto, lembrarão de rezar pelas suas almas. Façamos isso, pedindo a Deus por eles, pedindo ao Criador que abençoe a todos os soldados desconhecidos, de todas as guerras, de todos os países. E que sirva esse dia que lhes é dedicado para uma reflexão sobre a insensatez humana que continua produzindo guerras e aumentando o número de soldados desconhecidos.
Que Deus dê juízo aos líderes mundiais, para que não se percam vidas inutilmente e haja concórdia e amor na face da terra.


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