Energia Nuclear II
Pontos a Favor
Para o professor Jen-Shin Chang, da Universidade canadense McMaster, a energia nuclear é a melhor opção para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), porém ressalta que o problema ainda é o lixo gerado. “Devemos avançar nesta área e é isso que todo mundo está fazendo, pesquisando o tratamento do lixo nuclear”, diz.
A conclusão de que a fonte nuclear possui o menor índice de emissão de CO2 foi realizada após o cálculo de emissões totais produzidas por cada fonte de energia no seu ciclo de vida (que inclui a fabricação e descarte após a desativação). Fazendo o cálculo com cada fonte, o resultado pode ser surpreendente.
Um exemplo é a energia eólica, com muito potencial para o território brasileiro e vista como uma excelente opção de fonte limpa. Com base nos cálculos, observa-se que ela gera um grande volume de emissões, uma vez que a vida útil de cada hélice é curta (em torno de 20 anos) e possui difícil descarte.
Um exemplo é a energia eólica, com muito potencial para o território brasileiro e vista como uma excelente opção de fonte limpa. Com base nos cálculos, observa-se que ela gera um grande volume de emissões, uma vez que a vida útil de cada hélice é curta (em torno de 20 anos) e possui difícil descarte.
O físico Anselmo Salles Paschoa, que possui mais de 30 anos de experiência com energia nuclear e foi consultor, em diversas ocasiões, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), defende que países do porte do Brasil, como a China e a Índia, devem explorar todo o potencial energético, diversificando o uso das fontes e não excluindo nenhuma.
O percentual na matriz energética brasileira será pouco alterado com Angra 3, podendo passar dos cerca de 2,5% a 3% atuais para 4%, explica Paschoa. “No Nordeste é inevitável o uso de energia solar e eólica. É preciso usar o potencial energético de maneira inteligente”, afirma.
O país tem competência técnica para utilizar a energia nuclear, segundo Paschoa, com tecnologia adequada para construir e gerenciar repositórios definitivos para resíduos radioativos.
“O Brasil tem muitas possibilidades. A França escolheu o armazenamento geológico, a Alemanha, o depósito em minas de sal. Temos muitos estudos geológicos que mostram onde poderia ser depositado no nosso território”, afirma o físico, que hoje é consultor especial do Laboratório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro da Comissão Nuclear da Sociedade Brasileira de Física.
“Todas as energias têm seus prós e contras, mas enfatizo que um país do porte do Brasil não pode se dar o luxo de não utilizar diferentes potenciais”, conclui.
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