G20: Crescimento e emprego
As potências ricas e emergentes que formam o Grupo dos 20 (G20) finalizaram ontem sexta-feira (04/11) a Cúpula de Cannes e assumiram compromissos como redução das dívidas públicas até 2016, pacto que inclui países como Itália, Espanha e Estados Unidos, a adoção de medidas fiscais que impulsionem o crescimento e a demanda, além do investimento em infraestrutura.
Anfitrião do evento, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou os resultados da reunião na entrevista coletiva final. Segundo ele, cada país se comprometeu a adotar medidas em favor da recuperação mundial conforme suas condições econômicas.
As economias avançadas se comprometeram "a adotar políticas para restaurar a confiança" e seguir "de maneira clara e crível" com as medidas para a consolidação fiscal.
Segundo o comunicado final da Cúpula, as nações que tiverem superávit em conta corrente devem se comprometer com reformas que incentivem a demanda interna, acompanhadas também por uma maior flexibilidade nas taxas de câmbio. Sarkozy disse ainda que, nesta Cúpula, a Europa conseguiu dar uma resposta crível à crise da dívida que afeta o continente e que assim concordaram os demais países do G20, que deram apoio aos europeus.
O presidente francês destacou a importância de ter agido com firmeza com a Grécia em relação à idéia de realizar um referendo popular sobre o acordo feito no dia 27/10 com a zona do euro para a concessão do resgate econômico a Atenas em troca de maiores medidas de austeridade.
Para Sarkozy, a pressão internacional fez com que a Grécia tivesse uma "tomada de consciência política indispensável" que, em sua opinião, está criando "um consenso sobre o acordo de 27 de outubro". O líder francês também ressaltou a atitude da Itália, que adotou "medidas para renovar a confiança", como pedir à Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que fiscalizem a implementação de suas reformas.
Ele lembrou ainda que os países do G20 conseguiram um compromisso para reforçar os meios do FMI, mas sem especificar a maneira como se concretizará tal contribuição. Segundo o comunicado final, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos reafirmaram seu compromisso com a consolidação fiscal e com a redução do déficit de 2013 a níveis de 2010, assim como a estabilizar ou reduzir suas dívidas públicas até 2016.
Os EUA, por sua vez, pretendem implementar um pacote de medidas a curto e longo prazo para sustentar a recuperação econômica. Brasil, Austrália, Canadá, China, Alemanha, Coréia do Sul e Indonésia, nações com finanças públicas sob controle, se comprometem, levando em conta as circunstâncias nacionais, a estimular medidas fiscais que impulsionem o crescimento e a demanda. Brasil, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita e África do Sul assumem a meta de investir em infraestrutura.
Já a Alemanha buscará implementar medidas que propiciem o consumo privado e o investimento. A China se compromete a revitalizar o consumo interno, com medidas que reforcem as redes de proteção social, melhorem a renda das famílias e transformem uma economia baseada em um padrão de crescimento.
Essas ações devem ser reforçadas com medidas para promover maior flexibilidade da taxa de câmbio, que reflita os fundamentos econômicos e que reduza a acumulação de reservas.
Os membros do G20 reafirmaram seu compromisso para resistir ao protecionismo "em todas suas formas" e para avançar na agenda do comércio multilateral. Além disso, as nações traçaram a meta de um mercado de câmbio flexível que reflita os fundamentos econômicos e evite desvalorizações competitivas.
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