terça-feira, 1 de novembro de 2011

LULA

Lula inicia quimioterapia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta segunda-feira (31/10) tratamento de quimioterapia para combater o câncer na laringe. De acordo com os médicos, Lula corre o risco de sofrer alterações na voz e, por isso, o tratamento de fonoaudiologia também terá início imediato. Segundo a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, que acompanha Lula, a agressividade do câncer que acomete o ex-presidente é classificada como intermediária.
Para a primeira fase do tratamento, um cateter é colocado no ombro direito de Lula, na veia subclávia. Além do cateter, o ex-presidente carregará uma bomba de injeção, que servirá para administrar o tratamento quimioterápico. A bomba de injeção consiste em uma bolsa, um pequeno cano e uma agulha ligada ao cateter, que joga o coquetel de remédios na corrente sanguínea.
O coquetel que Lula receberá é composto por três drogas: Taxotene, Cisplatina, Fluorouracila. Os medicamentos serão injetados por um período de cinco dias, após os quais a bomba de injeção será removida e cateter permanece no corpo para aplicações futuras. Terminada a aplicação, os médicos vão aguardar um prazo de 15 dias antes de iniciar um novo ciclo de tratamento.
No total, a quimioterapia vai durar aproximadamente dois meses, período no qual Lula passará por três ciclos de quimioterapia, um a cada 20 dias. Cinco dias após o fim do segundo ciclo, os médicos farão a primeira avaliação para medir como o organismo de Lula reage ao tratamento.
Após terceiro ciclo, será necessário aguardar de três a quatro semanas para iniciar a radioterapia, o que segundo os médicos deve ocorrer 10 e 12 de janeiro. Esta etapa do tratamento terá duração de sete semanas. Lula será colocado numa máquina, que emite raios nos pontos pré-determinados pelos médicos.
O tratamento deve durar até o fim de fevereiro. A partir de então, o ex-presidente passará por acompanhamento periódico. Se o câncer não voltar a se manifestar por dois anos, as chances de reincidência se reduzem significativamente. Mas somente após cinco anos sem manifestações será possível dizer que o ex-presidente está de fato curado da doença.
Procedimento padrão
De acordo com o oncologista Luiz Paulo Kowalski, que integra a equipe responsável por acompanhar Lula, o tratamento foi concebido tendo por único objetivo aumentar as chances de cura. A decisão de não operar imediatamente e a opção pela aplicação de quimioterapia e radioterapia, segundo ele, correspondem ao procedimento padrão no tratamento desse tipo de câncer há mais de 15 anos.
O câncer que acomete Lula, é o mais comum que existe. A média mundial de incidência da doença entre pessoas do sexo masculino é de 6 casos pra 100 mil homens. Em São Paulo, a ocorrência é bem maior, de 17 casos para cada 100 mil homens.
Apoio
No início da tarde de hoje, os médicos colocaram o cateter no corpo de Lula e administraram um anestésico local e um sedativo. Assim que acordar, Lula receberá uma medicação para minimizar efeitos da quimioterapia. Somente no fim da tarde deve ser iniciada a injeção do coquetel. Lula, no entanto, não terá de ficar internado. Ele passa a noite no hospital e poderá ir para sua casa, em São Bernardo do Campo, amanhã
A presidenta Dilma Rousseff deve vir a São Paulo no fim da tarde desta segunda-feira para visitar o antecessor.

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