Aeroporto Tom Jobim gasto desnecessário
Para cada R$ 100 que a Infraero planejava gastar na primeira etapa da reforma do Terminal 2 do Aeroporto Internacional Tom Jobim (iniciada em 2009) R$ 23,66 apresentavam indícios de irregularidades, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Os auditores do TCU calcularam que R$ 17,4 milhões dos R$ 73,9 milhões, previstos inicialmente para a obra, seriam gastos desnecessariamente. De acordo com o relatório do ministro Valmir Campelo, o erro foi considerado grave e a ameaça de paralisação da obra por parte do tribunal só não foi à frente porque a Infraero fez alterações no contrato para corrigir parte do valor.
Os R$ 17,4 milhões que o TCU identificou como desperdício de dinheiro público equivale a quase três vezes (248,6%) de tudo o que a Infraero investiu no Tom Jobim, entre janeiro e agosto deste ano (R$ 7 milhões), segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).
O TCU, porém, detectou que nem tudo ficou resolvido com as alterações (aditivos) feitas pela Infraero. Falta outra mudança no contrato, desta vez para abater as despesas com a "revisão de clarabóias", orçadas em R$ 1,8 milhão. Auditores, em visita ao Terminal 2, constataram que parte dos vidros e dos suportes encomendados não foi usada na obra. Segundo eles, as clarabóias antigas estão intactas, com boa manutenção, e não precisariam ser trocadas.
Infraero tem prazo para corrigir gasto
Diante das constatações, o TCU deu 45 dias para que a estatal corrija o gasto desnecessário, prazo que vence no próximo dia 5. O gerente de empreendimentos da Infraero, Sérgio Seixas, afirma que o aditivo, com a correção do valor, já está na mesa da gerência jurídica e deverá ser publicado esta semana. Assim que isso ocorrer, explica ele, a empresa responsável pela obra, a Paulo Octávio Incorporações, Construções e Vendas, terá que devolver o dinheiro que já recebeu pelas clarabóias - cerca de R$ 1 milhão, de acordo com o relatório do TCU.
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