quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PRODUÇÃO NUCLEAR

Produção nuclear
As capacidades mundiais de produção nuclear podem cair 15% até 2035 depois da catástrofe de Fukushima no Japão, em março passado, afirma a Agência  Internacional de Energia (AIE) em seu relatório anual publicado nesta quarta-feira (09/11).
Essas capacidades cairiam de 393 gigawatts no final de 2010 a 335 gigawatts em 2035, segundo um cenário específico elaborado pela AIE, que leva em conta a decisão de alguns países de reduzir sua produção elétrica de origem nuclear depois do acidente da central nuclear japonesa.


Programa Nuclear Iraniano
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deu o indício mais claro até agora de que o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares, em um relatório refutado por Teerã antes mesmo de sua publicação.
No aguardado documento, ao qual a AFP (Agence France Press) teve acesso, a AIEA informou ter "sérias preocupações a respeito das dimensões militares do programa nuclear do Irã".
Citando informações "confiáveis" de inteligência estrangeira e investigações próprias, a entidade indicou que o Irã "praticou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo nuclear explosivo".
"A informação também indica que antes do fim de 2003, estas atividades ocorreram em um programa estruturado e que algumas atividades podem ainda estar em andamento", acrescentou a entidade da ONU encarregada de vigiar as operações atômicas no mundo.
A AIEA, cuja direção poderá decidir dar parte de Teerã ao Conselho de Segurança da ONU na semana que vem, pediu ao Irã para "se comprometer substantivamente e sem demora com a agência com o propósito de prestar esclarecimentos".
O Irã, cujos diplomatas afirmaram ter tido acesso antecipadamente a uma cópia do relatório, afirmou que o Ocidente não tem provas de que o país desenvolve armas nucleares.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declarou que Teerã não tem sequer a necessidade de uma bomba.
"Não há provas sérias de que o Irã esteja desenvolvendo uma ogiva nuclear", disse o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, em visita à Armênia.
"O Ocidente e os Estados Unidos estão fazendo pressão sobre o Irã sem ter argumentos e provas sérias", acrescentou.
Com seu estilo tipicamente desafiador, Ahmadinejad disse que seu país "não precisa de uma bomba atômica" e que "usará a reflexão" para confrontar as ameaças americanas contra si.
"Se a América quer confrontar a nação iraniana, certamente se arrependerá da resposta da nação iraniana", afirmou.
O novo relatório é publicado em meio a especulações de um ataque preventivo de Israel para solapar as atividades nucleares de seu arquiinimigo. No domingo, o presidente Shimon Peres afirmou que um ataque seria provável.
"A possibilidade de um ataque militar contra o Irã agora está mais próxima do que a aplicação de uma opção diplomática", disse Peres.
Avigdor Lieberman, o chanceler linha-dura de Israel, disse que apenas "sanções paralisantes" conseguiriam deter o Irã, segundo o jornal Maariv.
Citando altos funcionários israelenses, as emissoras privadas "2" e "10" noticiaram que o documento permitirá a Israel esperar "semanas ou meses" para ver se a comunidade internacional decide adotar "sanções paralisantes" que incluam o boicote total do Banco Central Iraniano e das exportações de petróleo.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, que tem um histórico de proximidade com a República Islâmica, afirmou que as ameaças israelenses eram uma "retórica extremamente perigosa", que poderia resultar em uma "catástrofe".
"Tudo isto pode levar a um conflito muito grande, o que seria uma catástrofe para o Oriente Médio", disse Medvedev a jornalistas em Berlim.
O ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, deu de ombros sobre o alerta de Peres, afirmando que os informes eram apenas um "clamor da mídia" e que a República Islâmica é capaz de enfrentar qualquer ameaça.
"Temos repetido que a capacidade defensiva do nosso país, seja no mar, por míssil, ou debaixo d''água, é muito alta e atualizada, e temos a capacidade de nos defender de qualquer ameaça", noticiou a agência de notícias Isna, citando declarações de Vahidi.
O chanceler Salehi repetiu a posição de Teerã de que seu programa nuclear serve apenas a fins pacíficos.
"Temos afirmado repetidamente que não vamos desenvolver armas nucleares. Nossa posição sempre foi a de que nunca iremos usar nosso programa nuclear para propósitos diferentes dos pacíficos".
Os Estados Unidos - que no último mês acusaram as autoridades iranianas de planejar um complô para assassinar o embaixador saudita em Washington - pretendem usar o relatório para conquistar apoio mundial para mais sanções contra o Irã.


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