quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SUPERCONSUMIDORES

Sete bilhões de habitantes: Superconsumidores
Editor do portal Mongabay faz uma análise do que representa a marca de sete bilhões de habitantes e alerta para os problemas que teremos que enfrentar para que as gerações futuras usufruam ao menos da mesma qualidade de vida que tivemos.
Talvez a coisa mais perturbadora sobre o Halloween este ano não são os duendes ou monstros tomando conta das ruas, mas um bebe nascido em alguma parte do mundo. A culpa não é do bebe ou de seus pais, claro, mas esta criança se tornará parte um marco artificial, porém importante: segundo a ONU, a pessoa de número sete bilhões nasceu nesta segunda-feira (31/10).
Isto significa que são sete bilhões de pessoas precisando, no mínimo, de água potável, comida, abrigo, remédios e educação. Em algumas partes do mundo, elas também terão um carro, um iPod, uma casa no subúrbio com jardim, animais de estimação, computadores, um cortador de grama, um microondas e talvez, uma piscina.
Apesar de raramente tratado diretamente nas políticas públicas, a questão da superpopulação é central para a sustentabilidade ambiental e bem estar humano.
A questão de quantas pessoas a Terra pode sustentar é sensível, já que acerta no centro das decisões individuais de bilhões ao redor do mundo. O que fazemos se estivermos grávidas? Queremos filhos? Qual o tamanho que desejamos para nossas famílias? Ninguém quer que os outros digam quanto filhos podemos ou não ter e conversas sobre superpopulação podem implicar tais discursos.
Outros enxergam qualquer discussão sobre superpopulação como um chamado para estancar a população humana de forma que for possível o que, claro, é ridículo. Ou condenam os defensores de misantropos, o que também é ridículo e, primeiramente, o contrário do centro da discussão.
Ainda assim, estas alegações enganosas deixaram muitos cautelosos em relação a uma das questões mais importantes da nossa época: quantas pessoas a Terra pode sustentar? E, tão importante quanto, quantas pessoas queremos? Ou ignoramos a superpopulação nos colocando em cheque. A Terra é um planeta finito; tem limites e limiares; e segundo muitos cientistas e especialistas já estamos ultrapassando muitos desses.
Atualmente, os humanos consomem o equivalente a uma Terra e meia a cada ano, segundo o relatório ‘O Planeta Vivo’ da WWF. Considerando as fontes renováveis, desde peixes até florestas e desde o carbono até a agricultura, o relatório demonstra até onde temos ultrapassado a sustentabilidade do nosso mundo. Quando a população estabilizar em 9 bilhões (ou talvez 10) em 2050, um total de 2,8 planetas Terra serão necessários se tudo continuar igual. Em outras palavras, seria preciso quase três anos para os recursos naturais se recuperarem de 1 ano de consumo humano.
Não é surpreendentemente, alguns consomem uma fatia muito maior: por exemplo, se cada pessoa consumisse tanto quanto um norte-americano padrão, a sociedade precisaria de 4,5 planetas para viver sustentavelmente.
Para entender o impacto da humanidade sobre os ecossistemas mundiais, é preciso manter em mente que eles são feitos de dois fatores. O primeiro é a população: quanto mais de nós, maior nosso impacto coletivo. O outro, entretanto, é o consumo: quanto mais recursos cada um de nós consome, mais nos distanciamos da verdadeira sustentabilidade.
Isto torna alguns muito mais reponsáveis que outros. Por exemplo, segundo um estudo de 2009, uma criança nascida hoje nos Estados Unidos terá uma pegada de carbono sete vezes maior do que outra nascida no mesmo dia na China. Mas pode ser pior: a primeira teria uma pegada de carbono 55 vezes maior do que um indiano e 86 vezes maior que um nigeriano.
População multiplicada pelo consumo é a métrica importante na compreensão da pegada. Além disso, os humanos estão vivendo mais. Um sinal de bem estar da sociedade, vidas mais longas também significam um período maior para a estabilização da população e uma pegada individual maior.
Ainda assim, lidar com a superpopulação global não exige métodos draconianos ou uma tragédia humana em massa; de fato, reduzir a população e o consumo global agora tornaria tais eventos menos prováveis no futuro. Com cerca de duas a cada cinco gravidez indesejadas, pesquisas têm demonstrado que a melhor forma de reduzir o crescimento populacional, eventualmente levando a um plateau e lento declínio, é dar poder às mulheres.
O acesso universal a contraceptivos, melhoria na educação e planejamento familiar são algumas das melhores maneiras de combate a um planeta tumultuado. A redução da pobreza e da mortalidade infantil são metas adicionais que trazem o crescimento total da população abaixo. Também não seria ruim ter maior conscientização sobre a superpopulação e consumo.




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