Aquecimento Global
As mudanças climáticas fazem parte da história da Terra. Oscilações nos padrões de temperatura já ocorreram muitas vezes ao longo da vida do nosso planeta ao passo que os elementos naturais, como a composição química da atmosfera, e fatores como erupções vulcânicas, mudanças na órbita terrestre e na intensidade da radiação solar, interagem e se intensificam.
Estudos indicam que já houve períodos de estabilidade, assim como períodos de mudanças, a exemplo das eras glaciais. Cientistas conseguem ter um quadro do que aconteceu ao clima da Terra há milhares de anos analisando testemunhos do passado, como geleiras, anéis de árvores, fósseis e sedimentos oceânicos.
"Apesar de mudanças climáticas abruptas já terem ocorrido na história da Terra, a civilização humana surgiu durante um período de relativa estabilidade climática", explica a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
Embora que existam incertezas associadas à ciência da mudança do clima, grande parte da comunidade científica internacional reconhece que o atual aquecimento do planeta é fruto da atividade humana e um dos maiores desafios que ela enfrenta.
A liberação crescente de gases causadores do efeito estufa desde a Revolução Industrial, no século XIX, proveniente especialmente da queima de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) tem resultado no acúmulo destes gases na atmosfera.
Os principais gases causadores do efeito estufa são o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. O aumento na concentração de dióxido de carbono na atmosfera é causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra (como o desmatamento), enquanto o metano e o óxido nitroso são provenientes especialmente das emissões da agricultura.
“A maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do século 20 é muito provavelmente devido ao aumento observado nas concentrações antropogênicas de gases do efeito estufa", declarou o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change) em seu relatório de 2007.
O IPCC demonstra um aumento total na temperatura da superfície de 0,76ºC desde 1850. Nos pólos esta ascendência é ainda mais marcada, sendo que as temperaturas no Ártico aumentaram o dobro do nível global nos últimos 100 anos.
“Informações paleoclimáticas apóiam a interpretação que o aquecimento dos últimos cinqüenta anos não é usual pelo menos nos últimos 1.3 mil anos”, enfatiza o IPCC.
A Organização Meteorológica Mundial anunciou que em 2009, a presença dos gases do efeito estufa na atmosfera foi a maior já registrada desde a revolução industrial, 386,8 partes por milhão, um aumento de 38% com relação ao século XIX.
A “Declaração sobre o Status do Clima Global” da OMM afirma que 2010 alcançou temperaturas recorde, fechando a década mais quente já registrada. A publicação também demonstra recordes na média mundial de precipitação, discutindo enchentes e secas, como no Paquistão, Austrália e Amazônia respectivamente, e documenta ondas de calor na Eurásia.
O Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA (GISS) divulgou um estudo em dezembro de 2010 com dados de 6300 estações meteorológicas, informações de satélites e de centros de pesquisa na Antártica e chegou a conclusão que não há dúvidas de que o planeta está aquecendo.
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 1992 é o fórum por meio do qual países de todo o mundo estão se unindo para enfrentar esse desafio.
Conseqüências do Aquecimento Global
Aumento dos oceanos
Entre as conseqüências desse fenômeno está o aumento no nível dos oceanos. Com o derretimento das calotas polares, o gelo transformado em água segue para os oceanos, o que poderá causar, futuramente, a submersão de grandes cidades litorâneas.
Cientistas calculam que em 2050 milhões de pessoas que vivem em deltas de rios serão removidas, caso seja mantido o ritmo atual de aquecimento. A geleira Gangotri, no Himalaia já perdeu dois mil metros nos últimos 150 anos. Atualmente, possui 25 quilômetros, e o ritmo de derretimento está acelerado.
Desertificação
Por outro lado, também devem crescer os número de desertos, o que provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando os ecossistemas. A falta de chuvas já transforma dois mil quilômetros de terra em deserto todos os anos. O desmatamento que vem ocorrendo em florestas tropicais agrava ainda mais o problema.
Desertificação
Por outro lado, também devem crescer os número de desertos, o que provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando os ecossistemas. A falta de chuvas já transforma dois mil quilômetros de terra em deserto todos os anos. O desmatamento que vem ocorrendo em florestas tropicais agrava ainda mais o problema.
Fenômenos Extremos
O aumento nas temperaturas faz com que haja maior evaporação das águas dos oceanos, e isso potencializa fenômenos climáticos como furacões, tufões e ciclones. Ondas de calor também afetam regiões onde as temperaturas costumam ser amenas. As altas temperaturas registradas no verão europeu, por exemplo, já provocaram mortes de idosos e crianças.
Explosão demográfica, pobreza e desastres
Outro fato importante é a explosão demográfica mundial e o aumento das desigualdades sociais. A grande concentração de populações pobres em áreas de risco as deixa cada vez mais vulneráveis aos fenômenos naturais extremos, como furacões, tsunamis, enchentes, secas e outros.
Fatores de risco, como moradias sem planejamento, falta de informações e recursos, degradação ambiental e pobreza, aliados com o perigo natural são os responsáveis por causar os desastres, segundo a responsável pelo programa de mudanças climáticas da Estratégia Internacional de Redução de Desastres das Nações Unidas, Silvia Llosa.
De acordo com a Cruz Vermelha, mais de 30 milhões de pessoas foram atingidas por desastres naturais em 2010. Vale ressaltar que não há nenhuma comprovação de que estas tragédias estejam relacionadas com as mudanças climáticas.
Independente da causa dos fenômenos naturais extremos, as perdas com desastres poderiam ser reduzidas se os riscos fossem considerados no planejamento e construção de políticas públicas, defende Silvia. Segundo o BID, terremotos, inundações e tempestades causaram US$ 34 bilhões em perdas econômicas entre 2000 e 2009.
Independente da causa dos fenômenos naturais extremos, as perdas com desastres poderiam ser reduzidas se os riscos fossem considerados no planejamento e construção de políticas públicas, defende Silvia. Segundo o BID, terremotos, inundações e tempestades causaram US$ 34 bilhões em perdas econômicas entre 2000 e 2009.
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