sábado, 24 de dezembro de 2011

Diabetes e a Tuberculose


Diabetes e a Tuberculose
Nos anos 80, a explosão do vírus HIV fez crescer também os casos de tuberculose. Na época, os especialistas atestaram que a AIDS facilitava o aparecimento do grave problema pulmonar.
As autoridades de saúde agora estão em alerta máximo porque descobriram que a bactéria que adoece os pulmões também caminha de mãos dadas com uma outra doença ainda mais epidêmica: o diabetes, presente em 15% da população brasileira.
A associação entre as duas doenças, uma transmissível e a outra crônica, começou a ser pesquisada na China e na Índia, dois países que simultaneamente assistiram o crescimento expressivo de portadores de diabetes e tuberculosos. O diretor da Fundação Internacional do Diabetes, Anil Kapur, afirmou que a dupla diabetes/tuberculose foi confirmada em quase todos os países América Latina e em nações em desenvolvimento, justamente os campeões de crescimento da doença metabólica, como mostrou o último Atlas mundial.
“Fizemos um trabalho de pesquisa, publicado no final do ano passado (a Public Libery of Science foi apenas um dos veículos) que confirmou a presença do diabetes como fator que aumenta em três vezes o risco de desenvolver tuberculose”, afirmou Anil Kapur. “Os especialistas em saúde precisam encontrar estratégias eficazes de prevenir e tratar as duas doenças em parceria, porque sabemos que a tuberculose dificulta o controle dos índices glicêmicos. E os índices glicêmicos descontrolados atrapalham o tratamento da tuberculose. É um ciclo sem fim.”
Novo cenário
Os grandes nomes da saúde pública alertaram que a parceria entre doenças crônicas e doenças infecciosas é o grande desafio atual. Roger Glass, diretor do Instituto Nacional de Saúde (NIH) afirmou que há uma associação entre diabetes e vários outros problemas, que vão desde o câncer até infecções mais simples. “A minha geração de médicos precisou trocar o foco de atenção. Primeiro começamos uma batalha muito forte para combater a desnutrição. Agora precisamos atuar com a obesidade, fator que está por trás do crescimento expressivo de problemas crônicos como o diabetes tipo 2.”
O novo estilo de vida, que mistura mais sedentarismo, má alimentação, alcoolismo e tabagismo, é o que justifica a necessidade imediata de transformar as doenças crônicas em prioridade máxima, diz Alan Alwa, vice-diretor da Organização Mundial de Saúde na área de doenças não transmissíveis. “Só hoje, com o diabetes, temos 8 milhões de mortes antes do doente completar 60 anos. Se nada for feito, teremos um aumento de 16% até 2015 destes óbitos precoces. Prevenir doenças crônicas, é também atuar na prevenção de doenças infecciosas, prevenção da pobreza e da diminuição da expectativa de vida.”


 

 

Dossiê do Açúcar
De tão importante, ele já chegou a ser conhecido como “ouro branco”. Hoje, por outro lado, o açúcar é apontado como um dos culpados pela epidemia de obesidade, bem como suas doenças associadas, no mundo. Apesar de essa relação fazer todo o sentido, não é justo taxá-lo como vilão, o grande problema está no consumo exagerado, que vem atingindo níveis alarmantes.
Se as pessoas se contentassem com uma porção de até 10% das calorias necessárias ao dia (algo em torno de 200 kcal, equivalente a 50 gramas ou três colheres de sopa), o açúcar não seria um inimigo da saúde. Por ser um carboidrato, quando consumido de forma correta, produz energia rapidamente, tanto para os músculos quanto para o cérebro.
Dose certa
Engana-se quem pensa que basta esconder o açucareiro para reduzir a ingestão do alimento no dia a dia. Afinal, ele marca presença em uma infinidade de produtos industrializados, inclusive em produtos salgados. Para ter uma ideia, uma latinha de refrigerante contém cerca de 37 gramas de açúcar, ou seja, quase o total permitido em um dia! Portanto, a primeira recomendação é prestar atenção em itens como esses.
Quanto aos doces – tortas, cocadas, bolos, entre outros – a sugestão é que sejam trocados por aqueles com menor concentração de açúcares e, consequentemente, menor valor calórico, tais como gelatinas, doces de frutas sem calda e salada de frutas. Outra boa dica é não acrescentar açúcar em sucos naturais logo de cara. Primeiro, procure sentir o sabor doce das frutas: muitas vezes elas já são doces e resultam em uma bebida deliciosa.
E quando bater uma vontade desesperadora de devorar um bombom recomenda-se ir atrás de uma barrinha de cereal. Além de ter menos calorias, ela possui fibras, que tornam a absorção da glicose mais lenta e, por isso, possuem poder de saciedade. Se o desejo pelo chocolate não passar, sem problemas: só não precisa comer uma barra inteira.
Adoçante: uma boa troca?
O poder de adoçar, sem as mesmas calorias do açúcar tem um preço. Há alteração no sabor das preparações, a substituição só compensa para quem está de dieta. Além disso, estudos recentes sugerem que adoçantes podem aumentar o açúcar no sangue. O ideal, para quem não está em dieta, é simplesmente reduzir a quantidade de açúcar na alimentação.
Sua adição em vários alimentos é mais uma questão de hábito do que necessidade.
Tipos de açúcar disponíveis para consumo
Açúcar mascavo
Trata-se de um açúcar mais bruto, ou seja, que passa por menos etapas de filtração e centrifugação. Por isso, mantém a cor do caldo da cana (mais escura), dada por componentes como pigmentos e sais minerais. Vale lembrar que quanto maior o número de etapas incluídas no processamento do alimento, mais claro se torna o cristal.
Em relação ao sabor, o açúcar mascavo se assemelha ao caldo de cana, característica que não agrada todos os paladares. Mas, por conservar alguns minerais, como ferro e cálcio, é uma opção mais benéfica quando comparada ao açúcar branco refinado, já que não recebe tantos aditivos químicos.
Ainda assim, o mascavo não deve ser considerado uma fonte exemplar desses minerais, apenas uma versão mais saudável entre os açúcares disponíveis. Ele pode ser usado como açúcar de mesa ou no preparo de doces como bolos e biscoitos.
Em 5 g de açúcar mascavo encontramos: 20 kcal, 5 g de carboidratos, 1 mg de cálcio e 2,1 mg de ferro.
Açúcar cristal
É extraído do caldo de cana de açúcar e passa por um cozimento e um refinamento leve, que retira cerca de 90% de seus sais minerais. Os cristais são grandes e transparentes e se dissolvem lentamente na água.
Por ser econômico e render bastante, é muito utilizado para consumo doméstico e na indústria alimentícia, fazendo parte de biscoitos, bolachas, pães, compotas, tortas, bolos e doces em geral. Pode ser uma boa opção por apresentar menor preço e não passar por muitas etapas de refinamento (reduzindo, assim, a adição de produtos químicos). Mas, no quesito nutricional não apresenta grandes benefícios.
Em 5 g de açúcar cristal encontramos: 20 kcal e 5 g de carboidratos.
Açúcar refinado
Essa variedade é obtida a partir da diluição do açúcar cristal. Ele forma uma calda que passa por inúmeros processos até chegar ao peneiramento. A parte mais fina é separada para garantir o açúcar de confeiteiro. O restante se transforma em açúcar refinado, cuja granulometria é fina e a dissolução, rápida. O processo de beneficiamento com aditivos químicos (como o enxofre) deixa o alimento bem branquinho, porém, acaba eliminando suas vitaminas e minerais.
É o tipo de açúcar mais utilizado pela população, tanto em preparações de dissolução imediata, como sucos, leite e café, como em bolos, tortas e caldas transparentes. Seu sabor, ao contrário do mascavo, não altera o gosto final das receitas, mas seu uso também não agrega nutrientes, apenas calorias.
Em 5 g de açúcar refinado encontramos: 20 kcal e 5 g de carboidratos.
Açúcar de confeiteiro
Apresenta cristais extremamente finos e cristalinos, pois sofre um processo de refinamento sofisticado, que inclui peneiramento para obter os minicristais e adição de amido do arroz, milho ou fosfato de cálcio (para evitar que os minúsculos grãos se juntem novamente). Pode ser usado em inúmeras preparações, mas oferece vantagens mesmo quando é preciso fazer glacês, coberturas ou cremes para finalizar receitas bem elaboradas.
Em 5 gramas de açúcar de confeiteiro encontramos: 20 kcal e 5 g de carboidratos.
Açúcar light
Ganha essa denominação porque não tem tanta sacarose como o açúcar refinado e apresenta adição de adoçantes artificiais, tais como ciclamato, sacarina e aspartame. Esses quadruplicam o poder que o alimento tem de adoçar. Na hora de preparar um cafezinho, por exemplo, a quantidade de açúcar light usada é bem menor do que a de açúcar refinado.
Portanto, é muito procurado por quem deseja reduzir o consumo de calorias do açúcar e também por aqueles que não se adaptaram ao gosto residual dos adoçantes. Pode ser utilizado como açúcar de mesa ou em receitas de bolos, gelatinas e musses. Vai bem com preparações que são levadas ao forno, pois tem ótima estabilidade em altas temperaturas.
Em 5 g de açúcar light encontramos: 20 kcal e 5 g de carboidratos (lembre-se: como seu poder de adoçar é maior, a quantidade necessária nas receitas é bem reduzida em relação ao refinado)
Açúcar Demerara
Assim como o açúcar mascavo, seus cristais têm uma coloração marrom clara e possuem bons valores nutricionais, já que mantém alguns nutrientes. Isso porque passam por um refinamento leve, recebendo pouco ou nenhum aditivo químico.
Sua dissolução é difícil em relação a outros açúcares, mas ainda assim pode ser usado em receitas de doces, pães e biscoitos. Uma desvantagem é o preço, que costuma ser elevado.
Em 5 g de açúcar demerara encontramos: 20 kcal, 5 g de carboidratos, 1 mg de cálcio e 2,1 mg de ferro.
Açúcar orgânico
É resultante de um sistema de produção agrícola que busca um manejo mais equilibrado do solo e dos demais recursos naturais. Seguindo o conceito de sustentabilidade ambiental, no plantio não usa adubos ou fertilizantes e no processo de produção industrial não utiliza enxofre, ácido fosfórico e outros elementos. A embalagem deve ser biodegradável.
É importante ressaltar que o título “orgânico” está relacionado ao modo de produção do alimento, já que podemos encontrar no mercado “açúcar mascavo orgânico”, “demerara orgânico”, “cristal orgânico”, etc. A vantagem de optar por esse tipo de produto é colaborar com a sustentabilidade ambiental e, como consequência, consumir um alimento livre de agrotóxicos e aditivos químicos, só é preciso estar disposto a gastar um pouquinho mais.
Em 5g do açúcar orgânico encontramos: 20 kcal, 5g de carboidratos, 1mg de cálcio e 1,9 mg de ferro.




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