Instalações eólicas cresceram 31% em 2011
O relatório do quarto trimestre da Associação de Energia Eólica dos Estados Unidos (AWEA) traz boas notícias para a indústria renovável norte-americana: a instalação eólica no país cresceu 31% em 2011 com relação a 2010. Mas o órgão alerta: se subsídios continuarem sendo cortados, o setor pode entrar em queda, colocando em risco milhares de empregos e a criação de uma matriz energética mais diversificada e limpa.
De acordo com a AWEA, o total de capacidade eólica instalada nos EUA em 2011 foi de 6,8GW, contra os 5,2GW instalados no ano anterior, e já está presente em 30 estados do país. Com isso, o total de capacidade eólica nos EUA chega a 46,91GW, o suficiente para alimentar cerca de 12 milhões de lares norte-americanos.
O estado que liderou as instalações no último ano foi a Califórnia, com 921,3MW construídos, seguida por Illinois, com 692,5MW, Iowa, com 646,7MW, Minnesota, com 541,9MW e Oklahoma, com 525MW.
O estado que mais teve crescimento nas instalações eólicas foi Ohio, com um aumento de 929%. Além disso, Dakota do Sul e Iowa figuraram como os estados que têm a maior porcentagem de energia eólica em suas matrizes energéticas, com 20% de participação.
Com relação às empresas que mais forneceram turbinas para instalação, a General Electric Co. (GE) foi a campeã, com 2GW. Em segundo lugar ficou a Vestas Wind Systems A/S (VWS), com 1,7 GW, e em terceiro, a Siemens AG (SIE), com 938,8 MW.
E o documento prevê um bom 2012 para o setor eólico: segundo a AWEA, estão em construção 8,3 GW em 31 estados norte-americanos, incluindo os primeiros projetos em Nevada, Connecticut e Porto Rico, que é um Estado Livre Associado dos EUA. Em 2011, a indústria eólica foi a segunda que mais recebeu investimentos privados, ficando atrás apenas do setor solar.
Isso mostra do que a energia eólica é capaz: construir novos projetos, alimentar as economias locais e criar empregos. Em tempos econômicos difíceis, estamos criando empregos e fornecendo eletricidade limpa e acessível.
Mas esse crescimento pode estar por um fio, afirma a associação. Isso porque, até o final do ano, há a possibilidade de o Congresso norte-americano cortar o Crédito de Imposto de Produção (PTC), um incentivo fiscal à indústria renovável, ameaçando eliminar empregos no setor a partir de 2013.
Empresas precisam de certeza. É por isso que é urgente que o Congresso estenda o PTC agora, antes do final do primeiro trimestre, ou arrisca-se perder um novo setor industrial para os estrangeiros.
Segundo um relatório recente da Navigant Consulting, se o PTC realmente expirar até o final de 2012, os empregos na indústria solar serão reduzidos à metade, o que significaria a perda de 37 mil postos de trabalho. Além disso, os investimentos privados no setor cairiam mais de 60%. Em compensação, se o subsídio for mantido, seriam criados cerca de 100 mil empregos em quatro anos, e 500 mil até 2030.
Incentivos tradicionais de impostos estão funcionando. Essa grande atividade está sendo impulsionada pelo PTC, que levantou uma média de mais de US$ 16 bilhões por ano em investimentos privados ao longo dos últimos anos e manteve dezenas de milhares de empregos na indústria.
Porém, alguns opositores ao PTC, sobretudo Republicanos, alegam que os incentivos ao setor são muito altos em relação aos benefícios obtidos. Além disso, eles afirmam que a indústria eólica recebe ajuda suficiente do governo e que deve se tornar competitiva em relação a outras formas de energia.
A AWEA rebateu as críticas, negando que o setor dependerá permanentemente de subsídios governamentais, e declarando que por enquanto a indústria eólica precisa de incentivos para continuar a receber investimentos, se tornar mais competitiva e conseguir abastecer a demanda do mercado doméstico.
No entanto, ainda há chances de que o PTC não seja eliminado. Um projeto de lei dos deputados Dave Reichert (Republicano) e Earl Blumenauer (Democrata) prevê uma extensão de quatro anos ao PTC para a energia eólica. O projeto tem a adesão de 56 copatrocinadores, incluindo 13 Republicanos.
Além disso, uma coalizão de mais de 370 membros, incluindo a Associação Nacional dos Fabricantes, o Instituto Edison, a Associação dos Governadores do Oeste, o Sindicato dos Metalúrgicos e muitos membros da comunidade ambiental mostrou recentemente seu apoio ao projeto.
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