quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

2011 O ANO DAS MULHERES


2011: O Ano do Poder das Mulheres
O ano de 2011 mostrou sutilezas e histórias de mulheres que ocuparam espaços em antigos territórios masculinos e despontaram no combate à crise em seus países
Em um ano igualmente equilibrado por números femininos (2 e 0) e masculinos (1 e 1), mulheres dos mais diversos países e nas mais diversas funções assumiram um ambicionado substantivo masculino (o poder) para combater um temeroso substantivo feminino (a crise). Nunca antes na história desse planeta, o Brasil teve uma presidente, o FMI elegeu uma diretora-geral e as nações muçulmanas viram tanta contestação feminina. Na Europa, a chanceler alemã Angela Merkel se colocou à frente de uma operação para limpar a sujeira deles: gregos, italianos e espanhóis. Na Argentina, Cristina Kirchner renovou seu mandato com uma dianteira sem paralelo em mais de quatro décadas.
O Brasil bateu o recorde de ministras (uma de cada três ministros de um governo que também alcançou o ápice de 38 ministérios). Na esfera da Justiça, a ministra Eliana Calmon, do STJ, enfrentou o presidente do Supremo Tribunal Federal pelo direito de processar juízes no Conselho de Justiça. E na chefia da Polícia Civil, o Rio de Janeiro ganhou uma delegada de batom, salto alto e nome de miss: Martha Rocha. Na esteira do apagão de mão de obra, elas invadiram territórios outrora destinados exclusivamente a brasileiros: a construção civil, os estaleiros,  a marinha mercante.
A história, contudo, também desfez outros mitos contumazes, como o de que o poder feminino é sensível, honesto, ponderado, tolerante. A presidenta Dilma Rousseff mostrou-se capaz de degolas sumárias de ministros e proliferaram as versões de que seus auxiliares se dividem em dois grupos: os que já ouviram palavras duras (e algumas vezes em tom elevado) e os que estão loucos para ouvi-las, tão pouco é o espaço que conseguem na agenda presidencial. Palavras duras também saíram da boca da chanceler da Alemanha na direção de gregos e italianos.
O mito da honestidade do poder feminino veio abaixo com a sucessão de primeiras-damas de municípios brasileiros denunciadas pelo Ministério Público por corrupção e outras falcatruas com o dinheiro público.
Em 2011, São Paulo viu a ascensão de uma gangue inédita, liderada por adolescentes de rua, roubava motoristas e comerciantes de um bairro nobre da cidade. A retomada dos morros cariocas pelo poder público desnudou a influência das mulheres do tráfico.
A ficção foi em busca da realidade ao colocar duas protagonistas na novela das 9 da Globo. Uma é trabalhadora, honesta, dedicada aos filhos e fica rica num golpe de sorte ao ganhar na loteria. Representa a classe emergente do Brasil, de lares liderados por mulheres. A outra é o estereótipo da rica, preconceituosa e mentirosa, e certamente é coincidência qualquer semelhança entre ela e uma certa elite que mereceria ser punida por sua vilania.
O ano do poder feminino é a confirmação de um processo iniciado por outras gerações que acreditaram na igualdade de direitos e competências. As histórias de 2011 mostram que ele resultou num mundo menos utópico do que o sonhado pelas feministas de antigamente, mas também que essa é uma transformação ainda distante de estar completa.
01/01/2011
Dilma Rousseff toma posse como presidente
Depois de sair vitoriosa das urnas em 2010, com o apoio de Lula, a petista Dilma Rousseff toma posse como presidente do Brasil. Em seu primeiro discurso depois de assumir o comando do Palácio do Planalto, ela promete não abrir espaço a compadrios, faz apelo a adversários políticos e afirma que será a presidenta de todos os brasileiros. Boa parte de sua fala, no entanto, trata da importância da chegada de uma mulher ao mais alto cargo do Executivo. Dilma agradece a ousadia do povo em escolhê-la para suceder a um governo comandado por um homem do povo. Para além da minha pessoa, a valorização da mulher melhora nossa sociedade e valoriza a nossa democracia.
01/01/2011
Governo tem recorde de mulheres
A petista Dilma Rousseff assume o governo não só como a primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto, mas também como a presidenta com o maior número de mulheres no primeiro escalão. Num esforço para cumprir uma de suas promessas de campanha, Dilma assume com mulheres em nove das 37 cadeiras da Esplanada dos Ministérios. Algumas delas ocupam postos estratégicos, como Miriam Belchior, alocada no Ministério do Planejamento. Embora dê uma cara nova ao ministério, Dilma mantém no seu entorno nomes da confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o ex-ministro Antonio Palocci, indicado para a Casa Civil.
10/01/2011
Marta vence Bola de Ouro pela 5ª vez
Pelo quinto ano seguido a brasileira Marta foi escolhida a melhor jogadora do mundo. Em evento realizado, em Zurique, na Suíça, ela superou as alemãs Birgit Prinz e Fatmire Bajramaj (sérvia naturalizada) e se consolidou como a jogadora que mais vezes ganhou o premio, inclusive entre os homens. No masculino os maiores vencedores, Zidane e Ronaldo, têm três conquistas. Com 24 anos, Marta se consolidou ao jogar no futebol sueco, no Umea, por quatro anos (de 2004 a 2008), mas a decisão de jogar na liga norte-americana já a fez passar por algumas equipes (Los Angeles Sol, que encerrou as atividades em janeiro de 2010, e Gold Pride, de Santa Clara).
18/01/2011
Reitora assume órgão que faz Enem
Depois de problemas nas edições de 2009 e 2010 na edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Malvina Tuttman, reitora da Universidade Federal do Estado do Rio (UniRio), é chamada para presidir o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no lugar de Joaquim Soares Neto. O órgão do Ministério da Educação é responsável pela organização do exame, além de outras pesquisas e avaliações educacionais. Apoiada por outros reitores, Malvina conta com a colaboração das universidades para sanar falhas no Enem e anuncia duas edições para 2012.


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