sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL VI


Construções Verdes
A construção verde ou sustentável é uma abordagem ambientalmente consciente e eficiente para a criação de estruturas que leva em conta todo o seu ciclo de vida, desde os materiais utilizados até a eficiência do seu uso e disposição dos resíduos decorrentes.
O conceito emprega como premissa a economia, durabilidade e também o conforto dos usuários.
A ONG Green Building Council Brasil optou por disseminar no mercado o sistema de certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design® - Liderança em Energia e Projeto Ambiental), que está sendo adaptada a realidade brasileira.
LEED é uma certificação de edifícios dependente de uma organização governamental com fins não lucrativos.
O sistema de classificação LEED Green Design ajuda os profissionais a melhorar a qualidade dos seus edifícios e o seu impacto no ambiente. Este sistema só tem impactos positivos na saúde pública e no ambiente, mas também reduz os custos de exploração, melhora a construção e a qualidade do edifício, aumenta potencialmente a produtividade dos seus ocupantes e contribui para a criação de uma coletividade “durável”.
O LEED fornece sistemas de avaliação voluntários, fundados no consenso, orientados para o mercado, com base nos princípios ecológicos e energéticos obtidos e procurando um equilíbrio entre as práticas estabelecidas e os novos conceitos.

De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA), existem nove passos principais para se chegar a uma Construção Sustentável:
1 - Planejamento sustentável da obra
Objetivos: Planejamento Sustentável é a mais importante etapa da obra amiga do meio ambiente. A partir dele, serão decididas todas as intervenções que poderão integrar a obra ao meio ambiente ou resultar em danos em curto, médio e longo prazos.
Pontos trabalhados: Análise da obra, do local e das informações pertinentes; Aplicação da Análise de Ciclo de Vida para determinação das diretrizes de projeto e escolha de materiais e tecnologias; Estudos de solo; Recomendações de projeto e intervenções; Recomendação de materiais e tecnologias; Projeto de arquitetura e paisagismo sustentável; Planejamento geral e sustentável; Estudos de consumo de materiais e energia da edificação; Planejamento da logística de materiais e recursos em geral.
2 - Aproveitamento passivo dos recursos naturais
Objetivos: Aproveitar os recursos naturais que atuam diretamente sobre a obra, como sol, vento, vegetação, para obter iluminação, conforto termo-acústico e climatização naturais.
3 – Eficiência Energética
Objetivos: conservação e economia de energia; geração da própria energia consumida por fontes renováveis; controle de emissões eletromagnéticas; controle do calor gerado no ambiente construído e no entorno.
4 – Gestão e Economia de Água
Objetivos: Reduzir e controlar o consumo de água fornecido pela concessionária ou obtido junto a fontes naturais (poços, poços artesianos, nascentes, outros); não contaminar a água e corpos receptores; aproveitar as fontes disponíveis; tratar águas cinzas e negras e reaproveitá-las na edificação; reduzir necessidade de tratamento de efluentes pelo poder público; aproveitar parte da água pluvial disponível.
5 – Gestão dos Resíduos na Edificação
Objetivos: Criar área para disposição dos resíduos gerados pelos próprios moradores/usuários; reduzir geração de resíduos; reduzir emissão de resíduos orgânicos para processamento pelo Poder Público ou concessionárias; incentivar a reciclagem de resíduos secos ou úmidos.
6 – Qualidade do Ar e do Ambiente Interior
Objetivos: Criar um ambiente interior e exterior à obra saudável a todos os seres vivos; identificar poluentes internos na edificação (água, ar, temperatura, umidade, materiais); evitar ou controlar sua entrada e atuação nociva sobre a saúde e bem–estar dos indivíduos.
7 – Conforto Termo-Acústico
Objetivos: Promover sensação de bem-estar físico e psíquico quanto à temperatura e sonoridade, através de recursos naturais, elementos de projeto, elementos de vedação, paisagismo, climatização e dispositivos eletrônicos e artificiais de baixo impacto ambiental.
8 – Uso Racional de Materiais
Objetivos: Racionalizar o uso de materiais de construção tradicionais e prevenir o uso de produtos cuja fabricação e uso acarretem problemas ao meio ambiente ou que são suspeitos de afetar a saúde humana.
9 – Uso de Produtos e Tecnologias Ambientalmente Amigáveis
Objetivos: Prever na obra uso máximo de produtos e tecnologias amigas do meio ambiente que atendam os seguintes pontos:
Ecologia – Coletar dados que comprovem o desempenho sustentável dos processos construtivos, produtos e tecnologias recomendados, do ponto de vista da gestão e uso de matérias-primas e insumos básicos; energia; água; emissão de poluentes; normatização; cumprimento das leis vigentes; embalagem; transportes (logística); potencial de reuso e/ou reciclagem.
Economia - Recomendar ecoprodutos e tecnologias sustentáveis adequados à realidade financeira e capacidade de investimento do cliente, com prazo e taxas de retorno definidos (payback);
Saúde - Avaliar a biocompatibilidade e sanidade dos produtos recomendados com o ser humano e organismos vivos em geral, com o objetivo de gerar um ambiente saudável e de elevada qualidade para seus ocupantes e vizinhança;
Responsabilidade social - Recomendar o uso de materiais que atendam às normas brasileiras e internacionais de qualidade e padronização (NBR 16001), cuja fabricação contribua para inserção da população desfavorecida no mercado de trabalho e consumo, bem como para fixação do homem em sua região de origem.


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