sábado, 10 de dezembro de 2011

ILHA DDO AMOR

A Apaixonante Ilha do Amor, no ‘Caribe amazônico’
Não é à toa que a vila de Alter do Chão, a cerca de 35 quilômetros de Santarém, no Pará, é conhecida como o “Caribe amazônico”. O local é sucesso inclusive em publicações internacionais, já tendo sido citado pelo “The Guardian”, entre as melhores praias do Brasil. O Rio Tapajós é de um azul cristalino, a água é morna e a areia, branca. E sem mosquitos a incomodar, devido à acidez da água, resta aos visitantes relaxar em suas praias, passear de barco e, para quem quiser explorar a Floresta Nacional do Tapajós, fazendo uma trilha, tomando banho de igarapé e conhecendo a realidade de uma comunidade ribeirinha.
Diante da imensidão do Tapajós, às vezes é difícil acreditar que estamos num rio. Em alguns trechos, ele chega a ter impressionantes 18 quilômetros de largura. Em Alter, a praia que faz mais sucesso é a Ilha do Amor, localizada bem em frente à vila e seu cartão-postal. A travessia é feita em barquinhos a remo, leva cerca de cinco minutos e custa R$ 3. No mês de novembro as águas baixam ainda mais e é possível chegar lá a pé.
A Praia do Cajueiro também encanta os visitantes, e fica a dez minutos a pé do centro da vila. Nas duas há barracas que servem bolinho de piracuí (farinha feita de peixe seco socado no pilão), iscas de peixe e tucunaré na chapa.
Entre os passeios de barco, há o Lago Verde, que inclui passagem por igapós (áreas de floresta amazônica alagada); a praia de Ponta das Pedras, com formações rochosas; e a Ponta do Cururu, onde você verá um lindo pôr do sol e, com sorte, botos. Prepare-se para tomar um banho mesmo no barco, na ida ou na volta de Ponta das Pedras, dependendo da direção do vento.
Caminhada e banho de igarapé às margens do Rio Tapajós
Partindo de Alter do Chão, também vale a pena conhecer é a Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), à uma hora e meia de voadeira (lancha veloz). O passeio inclui caminhada de três horas pela floresta, parando para apreciar árvores como Breu Branco, utilizada no preparo de remédios para sinusite, seringueiras e uma enorme sumaúma.
Apesar de ter um trecho de subida, a caminhada não é pesada, mas torna-se cansativa por causa do forte calor, principalmente na área de floresta secundária, que foi desmatada no passado, antes de o local ser transformado em Unidade de Conservação. Mas a vegetação é tão fechada nesse trecho que um leigo só percebe a diferença a sua volta por causa do aumento do calor e do solo arenoso. Depois da caminhada, a pedida é um bom banho de igarapé, com água bem mais gelada que a do Tapajós.
Um dos pontos de partida para a trilha é a comunidade de Jamaraquá, formada por 24 famílias que vivem da extração da borracha e do turismo. Mas, antes de fazer esse passeio, certifique-se de que o guia contratado tem autorização do Instituto Chico Mendes (ICMBio) para entrar na reserva florestal. O preço médio fica em torno de R$ 150 por pessoa para um grupo de três.
O verão amazônico vai de agosto a dezembro. A partir de novembro, o calor é muito intenso. A melhor época para visitar Alter do Chão é durante o mês de setembro, quando as águas do rio baixam, formando bancos de areia e praias, e a temperatura é amena. Mas é justamente nessa época que Alter vive seu período de altíssima temporada, com a realização do Sairé.
O Sairé, festa de cunho religioso e bastante importante para as comunidades da região, acontece na segunda quinzena de setembro. O evento é marcado pela procissão fluvial que dá início à programação e inclui shows de carimbó e uma disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, nos moldes dos bois de Parintins.
Mas o Sairé costuma superlotar a vila, expondo a frágil estrutura da região para comportar tantos visitantes de uma vez só. Por isso, quem quiser programar sua viagem para o mês de setembro deve fazê-lo com bastante antecedência, já que a oferta de quartos em pousadas e hotéis é limitada para o volume de visitantes que a localidade atrai nesse período.
Quatro dias são suficientes para explorar o lugar. Devido à proximidade de Santarém, principal cidade no oeste do Pará, a vila de Alter do Chão oferece infraestrutura razoável. Há bons hotéis e pousadas, mas não há muitos restaurantes. A especialidade são os pratos à base de peixe. Tucunaré, surubim, tambaqui e pirarucu são as grandes atrações, servidos na chapa, à escabeche, na manteiga ou na forma de moqueca.


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