Cartão de Visita
O comitê organizador de Londres 2012 anunciou na quarta-feira mais uma contratação de peso para a cerimônia de abertura dos Jogos, no dia 27 de julho de 2012. A direção musical do evento ficará a cargo da dupla Rick Smith e Karl Hyde, dois pioneiros da música eletrônica, mais conhecidos pelo nome Underworld.
Smith e Hyde se juntarão a um time que inclui o premiado diretor e produtor de cinema Danny Boyle, que dirigiu Quem quer ser um milionário?, Trainspotting e 127 horas, entre outros filmes de sucesso. Boyle está encarregado da direção artística da cerimônia.
Mais de 20.000 pessoas de todo o Reino Unido participarão das coreografias. Em janeiro, o cerimonial irá selecionar mais voluntários, especialmente homens, que no momento estão em falta nos ensaios.
O comitê estima uma audiência de mais de 4 bilhões de pessoas em 200 países para as cerimônias de abertura e encerramento. Foi de olho nesses números que o primeiro ministro David Cameron decidiu dobrar o valor investido, de 40 para 81 milhões de libras.
Para os espectadores em outros países, pode ser um bom cartão de visitas. Mas para os britânicos, que enfrentam um período de recessão, a primeira impressão, de que o governo está investindo demais em algo desnecessário, não é das melhores.
Que legado se espera de uma Olimpíada?
Que tipo de legado uma cidade deve esperar de um grande evento esportivo? Essa é uma discussão primordial, que deveria ser anterior à decisão de candidatar-se a sede de uma Copa do Mundo ou Olimpíada. Sem saber aonde se quer chegar, não se chega a lugar algum.
À primeira vista, a preparação de Londres 2012 parece não sofrer deste mal. Todo o projeto olímpico está bem amarrado em torno da sustentabilidade, do legado esportivo e do desenvolvimento da região leste da cidade, onde estarão localizadas as principais instalações.
Nesta semana, porém, veio à público o fato de que o primeiro ministro britânico David Cameron ordenou que os gastos com as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos fossem dobrados, saltando de 40 para 81 milhões de libras. A justificativa é que as cerimônias são oportunidades únicas de promover o Reino Unido mundo afora, como Pequim fez muito bem em 2008.
Os gastos com segurança também saltaram de 282 para 553 milhões de libras. Graças a alguns cortes na construção do Parque Olímpico, os gastos inesperados não tiveram reflexo no orçamento total, que ainda está mantido em 9,2 bilhões de libras.
No entanto, a medida não foi bem recebida pelos britânicos. No ano passado, o governo decidiu cortar cerca de 162 milhão de libras de um programa de incentivo à prática de esportes em escolas.
Cerimônias de abertura e encerramento certamente atrairão a atenção de todo o mundo para o Reino Unido. Mas investir na formação de novos atletas traria um legado esportivo mais duradouro e condizente com o que se espera de uma Olimpíada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário