terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SEGURANÇA


Segurança, o principal alvo
Em se tratando de Rio de Janeiro, segurança pública é prioridade número 1. O tema ganha ainda mais importância com a proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Para garantir a paz, só a Secretária estadual de Segurança vai desembolsar R$ 3 bilhões em investimentos até 2016. Quem garantiu foi o próprio chefe da pasta, José Mariano Beltrame, durante um congresso organizado pela Associação Comercial do Rio. O principal projeto é a implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), retomando territórios controlados por traficante de drogas. Já foram implantadas 18 desde 2008, e a meta é chegar a 40 até a Copa.
“Hoje existem ilhas de exclusão na cidade. É algo que o Estado não pode permitir. Onde o Estado não se faz presente, alguém se faz presente pelo Estado. A política das UPPs viu uma janela de oportunidades nas Olimpíadas. Temos que tratar as comunidades como partes integrantes da cidade, considerando o Dona Marta, por exemplo, mais do que uma favela, mas sim uma parte do bairro de Botafogo” disse Beltrame, na época.
As fontes de recursos não se limitam ao cofre fluminense. A proposta orçamentária da União para 2012, que está sendo discutida no Congresso Nacional, prevê investimentos de R$ 717 milhões em ações de Segurança Pública em todo o país. Embora evite falar em cifras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enumera alguns dos itens que exigirão uma colaboração do governo federal.
“Investiremos em equipamentos de comunicação e de controle de fronteiras, câmeras, veículos e sistema de leitura ótica de placas de veículos nas estradas, por exemplo. Vamos ter um excelente padrão de segurança, um dos melhores no mundo até hoje”, adiantou o ministro, revelando que vem recebendo pedidos de governadores de todas as partes do país.
O secretário nacional de Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Ricardo Botelho, disse que a liberação de recursos visando aos preparativos para as Olimpíadas já foi feita este ano. A União financiou, por exemplo, parte do Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia, que está em construção na Praça Onze. O espaço, a menina dos olhos do governo estadual atualmente, está ganhando forma para abrigar o sistema de atendimento e monitoramento de diferentes forças de segurança.
“Os gastos de 2012 já serão, de uma forma geral, para preparar o país para os grandes eventos. O que for investido na Copa de 2014 servirá para as Olimpíadas”, disse o secretário nacional.
Representantes do Ministério da Justiça também têm visitado países que já organizaram Copas do Mundo e Olimpíadas, para conhecer a experiência desses governos. Com essa troca de informações, ficou decidido que o Rio terá, em 2014, um centro integrado internacional, inspirado nos exemplos das copas da Alemanha (2002) e da África do Sul (2010).
“Nesse centro integrado, teremos dez representantes dos 32 países que participarão da Copa, mais dez dos países que fazem fronteira com o Brasil. Países que não estejam na Copa, mas que consideremos estratégicos, também vão estar representados. Nós já temos acesso ao banco de dados das 188 nações filiadas à Interpol”, exemplificou Botelho.
Este mês, será dado o pontapé inicial do primeiro de uma série de treinamentos para 53 mil PMs, policiais civis, agentes federais e bombeiros de todo o país que atuarão na Copa, nas Olimpíadas e em outros megaeventos no país. Estão sendo oferecidos 40 cursos à distância e presenciais, até dezembro de 2013. A medida reúne uma série de investimentos federais em segurança pública. Os agentes selecionados serão divididos em três categorias: especialistas, multiplicadores (responsáveis por orientar outros colegas após concluírem o curso) e operadores (aqueles que usarão no dia a dia as técnicas aprendidas). Cada agente deverá participar, em média, de dez treinamentos diferentes.
“Nós precisamos de muito treinamento para preparar e padronizar as práticas das forças policiais. A doutrina será a mesma do Oiapoque ao Chuí”, disse o secretário nacional.
Entre os cursos oferecidos, estão os de negociadores de crises, controle de distúrbios e uso de técnicas e armas não letais. A secretaria nacional também está desenvolvendo, em cooperação com os estados, o Caderno de Atribuições, que padronizará as ações de cada órgão de segurança durante os grandes eventos.

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