terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ANTÁRTIDA


Antártida I
Falta de ozônio ajuda a manter Antártida fria
Enquanto o entorno da Antártida segue a tendência de aquecimento observada em quase todo o planeta, o centro continua frio, conforme imagens de satélite da NASA desde a década de 1970. E o gelo, em vez de derreter, está se expandindo.
Aparentemente, o choque entre a temperatura fria do centro e as médias quentes do entorno é decisivo para gerar ventos e manter a região central gelada.
É o que pensam pesquisadores brasileiros, em busca de respostas para fenômenos climáticos na Antártida. Eles afirmam que a diminuição da camada de ozônio sobre o continente ajuda a manter a temperatura fria na região central e sustentam que o frio causado pela ausência do gás contribui para aumentar os ventos ao redor da Antártida e isolar termicamente a região.




Antártida II
Gelo antártido aumenta apesar do aquecimento global
Especialistas em clima desvendaram a razão pela qual o gelo na Antártida conseguiu aumentar apesar das mudanças climáticas, mas os resultados de um novo estudo sugerem que a tendência pode se reverter rapidamente.
Dados de satélite mostraram que, enquanto nos últimos 30 anos, o gelo no Ártico diminuía o gelo no Polo Sul misteriosamente se expandiu, de acordo com Jiping Liu, pesquisador da Georgia Tech, em Atlanta. “Sabíamos deste paradoxo, mas não achávamos uma explicação,” disse Liu.
As novas análises foram baseadas em modelos matemáticos e observações da temperatura da superfície marinha e da precipitação na região entre 1950 e 2009. Eles mostram que, durante o século 20, o aquecimento global aumentou a chuva nas camadas mais altas da atmosfera da região Antártida, que caiu como neve.
Mais neve fez a parte superior do oceano ficar menos salgada, e, portanto, menos densa. Ela ficou mais estável, prevenindo que correntes oceânicas mais quentes e profundas chegassem ao topo e derretessem o gelo.
Aquecimento global vai aumentar o degelo antártido?
Os dados mostram que o crescimento do gelo na Antártida neste século pode ter sido ditado em sua maioria por processos naturais.
Mas não vai ser o caso no século 21, já que se prevê que as mudanças climáticas causadas pela ação humana vão dominar o clima do continente e aumentar a velocidade de derretimento do gelo.
De acordo com o estudo de Liu, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), se os gases-estufa continuarem a aquecer o oceano antártido, a precipitação cairá como chuva, que derrete neve e gelo rapidamente.
À proporção que o gelo derrete, aumenta também a absorção dos raios solares no oceano, em vez de serem refletidos de volta à atmosfera, de acordo com o estudo. Isso cria um círculo vicioso de mais aquecimento e mais derretimento polar.
Liu prevê que a transição de variabilidade natura para aquecimento provocado pelos gases-estufa deve começar logo: “Eu não posso dizer um ano exato, mas definitivamente acontecerá ainda neste século,” disse.
O oceano da Antártida é um dos mais biologicamente produtivos do mundo, e a diminuição do gelo marinho pode ter um impacto substancial no ecossistema marinho do continente, afirma Liu. Por exemplo, muitas espécies dependem do gelo para caçar e sobreviver de maneira geral, pinguins, que correm sério risco com o aquecimento global, é um dos grupos de animais em risco, afirmam conservacionistas.
A perda de gelo também pode afetar nas correntes marítimas globais, pois o oceano antártido contém as águas mais frias e densas do planeta, que influenciam fortemente os padrões de circulação marinha que fornecem nutrientes para três quartos da fauna marinha da Terra.
Falta o buraco de ozônio
Os resultados não foram surpresa, diz Walt Meier do Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve da Universidade do Colorado. “Os dados confirmam previsões anteriores, mas esta é a primeira vez que um estudo traz cálculos que confirmam esta ideia,” disse.
A pesquisa também ajuda a desfazer um equívoco comum, que é o de considerar que o aumento do gelo antártico “compensa” a diminuição dele no Ártico, de acordo com Meier. “Não é o caso, porque são dois ecossistemas polares muito diferentes,” explica. O gelo no norte é mais perene, persistindo durante as estações enquanto na Antártida o gelo se forma e derrete a cada ano e sempre foi mais influenciado por vento e circulação oceânica do que a temperatura do ar.
Isso não quer dizer que os efeitos do aquecimento global não vão ser sentidos no Polo Sul; eles só demorarão mais para aparecer, segundo Meier.
Mas Kevin Trenberth, um cientista do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, em Boulder, no Colorado, apontou uma falha no estudo: a influência do buraco na camada de ozônio.
As nuvens brilhantes de verão provocadas pelo buraco agiram como um escudo contra as mudanças climáticas, dizem cientistas. Pesquisas recentes sugerem que o buraco pode finalmente estar fechando, após o banimento dos clorofluorocarbonetos (CFC). E, conforme as nuvens refletoras de luz se dissiparem, as temperaturas no Hemisfério Sul podem aumentar mais do que o previsto pelos modelos atuais.
O buraco de ozônio foi a razão pela qual “a Antártida não aqueceu da mesma maneira que em outras partes do mundo,” Trenberth explicou por email. “A recuperação do buraco de ozônio é um fator importante, mas este aspecto não é abordado no estudo de Liu,” escreveu o pesquisador.
Liu concorda que o buraco de ozônio influencia o gelo antártido, mas não está certo se este papel é significativo na variação de seu volume ou tamanho no continente.



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