segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DENGUE TIPO 5


Dengue
Presidente da Fiocruz não descarta surgimento de um vírus tipo 5 
O surgimento de mutações do vírus da dengue joga dúvidas sobre a eficiência da vacina que vem sendo testada no país. Criada com o objetivo de combater os quatro sorotipos da doença, a imunização, que deve ser comercializada daqui a cerca de cinco anos, não seria capaz de combater outras mutações do vírus. De acordo com o médico e presidente do Instituto Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, as possibilidades de surgir um tipo 5 da dengue não está descartada.
Apesar disso, Gadelha garante que, ainda que o vírus sofra mutações, a eficiência da vacina contra os atuais quatro sorotipos não ficaria comprometida. “Há casos de vacinas que atuam para até dez sorotipos diferentes”, esclarece. “Além disso, uma vez que dominamos a tecnologia, a possibilidade de desenvolver outros sorotipos é maior”. Segundo o médico, os testes em humanos com a vacina começaram com uma população de 100 pessoas, que deve aumentar ao longo do tempo. “Os testes pré-clínicos mostraram-se muito positivos”, garante.
A vacina da Fiocruz é desenvolvida em parceria com o laboratório GSK (Glaxo SmithKline). Assim como o desenvolvimento da vacina contra a dengue, a Fiocruz tem se lançado ao desenvolvimento de pesquisas para a ancilostomose (Amarelão), em parceria com o Instituto Sabin, em Washington, e contra a leishmaniose.
Para o biofísico Ronaldo Mohana, que trabalha no laboratório de genômica estrutural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode haver, ainda, uma resistência do vírus a médio ou longo prazo devido a mutações. 
Mohana acrescenta, no entanto, que o mais importante é que a vacina proteja contra os 4 sorotipos, pelo mesmo período de tempo. "O mais importante é a resposta imune prolongada que a vacina deveria dar para os quatro sorotipos ao mesmo tempo. Se isso não acontecer, a vacina é ineficaz”, alerta.
 Combate aos focos
Ainda assim, a maior arma contra a doença continua sendo a prevenção.  Só no ano de 2011 foram 168.242 casos de dengue no estado do Rio de Janeiro, o que representa um aumento de mais de seis vezes frente aos casos registrados em 2010. Para conter o crescimento desse número, Gadelha alerta que o mais importante continua sendo o combate aos focos do mosquito.
“O governo procura investir em programas de conscientização da população para evitar o crescimento dos casos da doença, mas também aposta em medidas como incentivo a municípios que apresentam planos de combate à dengue, elevando o piso das áreas de vigilância”, elogia. “Também é muito importante o trabalho de atenção médica nos períodos de epidemia, para minimizar os efeitos de mortalidade”.
Anunciada em 2011 como motivo de preocupação pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, a possibilidade de uma grande epidemia de dengue em 2012 pode se tornar realidade ainda pior com chegada do vírus tipo 4 da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. De acordo com médico infectologista Paulo César Guimarães, as crianças são as vítimas mais vulneráveis à doença. “Elas são mais receptivas à mudança de hábitos”, explica. “Muitas crianças não eram nascidas quando aconteceram as últimas epidemias e, por isso, não apresentam imunidade, que é específica para cada sorotipo“



Nenhum comentário:

Postar um comentário