terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SACOLAS PLÁSTICAS


O dilema das sacolas plásticas
O ano deveria ter começado com um passo a frente na sustentabilidade na cidade de São Paulo. A partir de 1º de janeiro começaria a valer a lei municipal que proíbe o uso de sacolas plásticas no varejo da cidade. Porém, a lei foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, com base em um pedido do Sindicato da Indústria de Material Plástico.
A lei havia sido sancionada em maio e o prazo até o início de 2012 era para que os estabelecimentos adaptassem seus métodos de embalagem das mercadorias. Na ação que entregou à Justiça pedindo a suspensão da medida, o sindicato argumentou que ela era ineficaz e que contrariava o direito do consumidor de levar os produtos comprados para casa.
Nessa queda de braço, nenhum dos dois lados acaba tendo razão e, novamente, quem perde é o meio ambiente. A administração pública limita seu papel a proibir. Assim é fácil.
Nos países onde a medida deu certo, as sacolas não foram proibidas, mas deixaram de ser gratuitas. Ou foram substituídas por outras de material biodegradável – mas ainda assim sem ser grátis. Quer coisa mais eficaz que mexer no bolso da população? Além disso, o poder público também fazia a sua parte na conscientização das pessoas para o uso racional das sacolas e mostrando que não se tratava apenas de uma maneira a mais dos estabelecimentos ganharem dinheiro. Não basta proibir, tem que educar.
Já o sindicato segue uma campanha para derrubar este tipo de lei e conseguiu vetar a medida em mais 20 cidades brasileiras. Não se pode fechar os olhos para o problema e defender apenas os interesses econômicos do setor.
Agora a prefeitura diz que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para fazer valer a lei. Mas parece que, mesmo com a suspensão, há um acordo feito pela Associação Paulista dos Supermercados para banir o uso das sacolinhas plásticas nos principais estabelecimentos deste tipo no Estado a partir deste ano. Vamos torcer para que se chegue a uma solução boa para o planeta.
Entre os resultados mais diretos do racionamento do uso de sacolas plásticas está a redução do volume de lixo, pois o plástico leva cerca de 400 anos para se decompor. Outra vantagem é a proteção da biodiversidade de rios, lagos e mares (muito animais morrem ao comer sacos plásticos pensando que é alimento) e do meio ambiente urbano, reduzindo as causas de enchentes.




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