Energia e Telecomunicações têm os melhores resultados da bolsa em 2011
Enquanto o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas da bolsa de valores brasileira, caiu 18,11% em 2011, os índices de papéis de empresas de utilidades públicas, energia e telecomunicações terminaram o ano com fortes ganhos.
A maior valorização foi do UTIL, que reúne ações de empresas do setor de utilidade pública, que atuam em áreas como energia elétrica, gás, saneamento e água. O índice subiu cerca de 24% no ano, segundo dados da BM&FBovespa atualizados até o penúltimo pregão de 2011. Entre as empresas que o compõem estão Comgás, Cesp, Cemig, Eletropaulo, Copasa, Sabesp e MPX Energia.
Em seguida ficou o IEE, de ações de energia, com um ganho de aproximadamente 20% no ano. Entre as empresas que fazem parte do índice estão Cesp, Celesc, Cemig, CPFL, Eletropaulo, AES Tietê, Light, MPX e Copel.
O terceiro melhor desempenho foi do ITEL, do setor de telecomunicações. Com ações de Brasil Telecom, Tim, Telemar Norte Leste, Telemar e Telefônica do Brasil, o índice fechou 2011 com uma valorização de 19%.
Dos 21 índices da Bovespa, apenas cinco ficaram no azul em 2011.
Além dos UTIL, do IEE e do ITEL, tiveram resultados positivos o IDIV, que reúne empresas que são boas pagadoras de dividendos, com uma alta de 14%, e o ICON, de companhias de consumo, com uma valorização de 1,7%.
Destaques de baixa
O pior desempenho do ano foi das empresas dos setores de embalagem, madeira, papel, mineração, químico, metalúrgico, siderúrgico e materiais diversos, reunidos no índice IMAT, que caiu 27%, desvalorização semelhante à do IMOB, de empresas do setor imobiliário (-26,9%).
Petróleo, energia e café, os campeões de retorno em 2011
Petróleo, energia e café. Quem investiu nesses setores conseguiu, num ano de muito nervosismo e volatilidade nos mercados, fazer render seu dinheiro. A descoberta das reservas de óleo no pré-sal brasileiro continua dando lucros aos investidores. É do setor a empresa que mais trouxe retorno ao acionista em 2011, a Petróleo Manguinhos. Também pertence à área a companhia que fez a maior abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo, a Queiroz Galvão Exploração e Produção.
As empresas de energia foram, para não perder a tradição, as que mais pagaram dividendos a seus acionistas. Já o cafezinho de todo dia foi a commodity que mais se valorizou na BM&FBovespa em 2011, com alta de 19,1%. Bateu até mesmo o ouro, que fechou o ano com +16,5%. Os números levam em conta o fechamento do pregão de ontem, 28 de dezembro.
O café arábica bateu o ouro, etanol anidro (9,8%), etanol hidratado (5%), milho (+5%), a soja (-0,8%) e o boi gordo (-3,4%) na BM&F. Em relatório, o Goldman Sachs diz que os preços devem continuar propensos a subir, por causa da produção mundial menor em 2011/12, da forte demanda dos mercados emergentes e dos baixos estoques iniciais. O banco prevê possibilidade de alta em sua projeção de preço para três meses em Nova York, devido às chuvas torrenciais na América Central e às previsões de retorno do fenômeno La Niña. O Goldman Sachs espera uma contínua resposta da oferta aos atuais preços elevados no médio prazo, com uma grande colheita no Brasil durante o ano-safra 2012/13.
O melhor retorno ao acionista
As ações da empresa Petróleo Manguinhos subiram nada menos que 100,9% até ontem. As ações já haviam disparado em 2010. A companhia está na mira de Eike Batista. Segundo o colunista Guilherme Barros, em outubro faltava apenas um detalhe para o empresário comprar a Refinaria: a instalação de uma UPP na região, conhecida por altos índices de violência. A empresa produz, comercializa e distribui os principais derivados do petróleo, atuando no mercado através de suas subsidiárias Manguinhos Distribuidora e Manguinhos Química. A fábrica tem uma capacidade de processamento de 15 mil barris de petróleo por dia para a produção de gasolina comum, gás liquefeito de petróleo (GLP), diesel, óleo combustível e solventes especiais. A lista de maiores retornos na Bovespa engloba as 115 companhias mais negociadas.
A melhor pagadora de dividendos
A Eletropaulo foi a empresa da Bolsa que mais dividendos por ação pagou a seus investidores. Segundo números da Economática, a companhia colocou no bolso de seus acionistas R$ 7,48 em proventos. A segunda colocada foi a Transmissão Paulista, com R$ 5,90. A lista também engloba as 115 companhias mais líquidas. Empresas de energia elétrica tendem a apresentar balanços com receitas mais estáveis. O lucro que sobra, na maioria das vezes, é dividido com os acionistas. A AES Eletropaulo teve lucro líquido de R$ 348,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 6,1% ante igual período de 2010. A empresa atribuiu o resultado à evolução do consumo de energia em sua área de concessão e a reversões de provisões.
A maior oferta inicial de ações
O pré-sal levou muita gente à Bovespa. Muitas empresas, ansiosas por participar desse novo marco na produção de petróleo do país, recorreram à renda variável para se capitalizar. Na Bolsa, venderam parte da empresa a mais acionistas e, em troca, conseguiram dinheiro para bancar os novos projetos. Esse cenário fez com que a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) captasse R$ 1,515 bilhão, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar do número elevado, a captação ficou abaixo do esperado, como muitas em 2011, já que o mar não esteve para peixe nos negócios com ações em 2011. O preço por ação foi definido em R$ 19, abaixo do piso da faixa indicativa.
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