quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Maldita Insônia


Maldita Insônia
O problema é três vezes mais frequente em mulheres e tende a piorar na menopausa
Noites mal dormidas jamais devem ser subestimadas ou atribuídas ao estresse causado pela rotina. A insônia, mesmo não sendo frequente, pode ser o alerta vermelho para a depressão e a ansiedade. Falta de sono também pode resultar em obesidade e risco aumentado para doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e doenças das coronárias. Além disso, mulheres na menopausa sofrem mais com o problema.
Sinal vermelho para as mulheres
De acordo neurologistas e neurofisiologistas, o contingente de mulheres atingidas pela insônia é até três vezes mais do que o de homens. As causa disso: as múltiplas funções desempenhadas por elas na sociedade. Em todas as faixas etárias, elas sofrem mais de depressão e ansiedade, fatores de risco para a insônia. Estas são manifestações da mesma doença.
Existem casos de profissionais que sofrem de insônia sempre que precisam entregar um projeto. A cabeça simplesmente não para e na hora de dormir ficam relembrando todos os detalhes do trabalho e o que não podem esquecer. A vida vira um inferno, não conseguem fazer mais nada direito.
A predisposição feminina para a insônia, entretanto, não é causada somente pelo estresse da tripla jornada (trabalho, família e casa). Genética e os hormônios têm papéis cruciais no problema. Os ginecologistas ressaltam os reflexos negativos das variações hormonais e a tensão pré- menstrual. Mesmo durante o ciclo menstrual, há variações no sono: tanto na quantidade quanto na qualidade. A insônia acomete cerca de 30% das mulheres e na menopausa este número chega a dobrar.
Muitas mulheres esperam que o problema se resolva com a chegada da menopausa, pois é uma fase em que teoricamente a variação hormonal seria menor. Ao contrário, piora muito. Aumenta a incidência de insônia, ronco e apneia. A insônia afeta cerca de 60% das mulheres na pós-menopausa.
Diferentes graus de insônia
As mulheres não consideram a insônia uma doença a ser tratada e deixam de relatá-la nas consultas ao médico. Dormir mal à noite resulta em déficit durante o dia. Os afetados se queixam de cansaço, alteração de memória e mau funcionamento do raciocínio.
A insônia também pode ser consequência da higiene inadequada do sono ou decorrente do uso de algumas medicações. Há também insônia associada a distúrbios respiratórios do sono.
A insônia aguda é configurada após quatro semanas de noites mal dormidas. Após esse prazo, a doença é considerada crônica. Este estágio é o que atinge a maioria dos pacientes que acabam procurando o neurologista. Estas pessoas consomem mais remédios, faltam mais ao trabalho, e têm relações interpessoais mais pobres com amigos e familiares. Outro problema comum é o abuso de álcool. Existe a falsa ideia de que tomar bebidas alcoólicas torna as noites de sono menos atribuladas.

Tratar e prevenir
Quando a insônia se torna crônica, só resta recorrer aos tratamentos de longo prazo e ao uso de medicação. Aliado a isto, é importante melhorar os hábitos de vida: adotar uma dieta mais saudável e praticar atividades físicas. A mulher não deve achar que a insônia faz parte da vida. É um sintoma de que algo não está bem adaptado. Ter horário fixo para dormir e evitar alimentos excitantes como café, chá, chocolate e álcool é outra dica importante. Em alguns casos, exercício físico e sexo perto da hora de dormir também devem ser evitados.
Quem precisa tratar o problema com o uso de medicamentos para dormir deve ter cuidado. Os efeitos colaterais dos medicamentos usados para combater a insônia são muito parecidos com os do antidepressivo. As reclamações mais comuns das pacientes são boca seca, retardo do orgasmo e alteração da libido. É importante lembrar que o tratamento deve ser feito com a orientação de um médico experiente e especializado. A alegria causada por um medicamento hoje, pode ser a dependência dele para dormir amanhã.
Dicas para dormir melhor
- Tente dormir sempre no mesmo horário;
- Só vá para a cama quando estiver com sono;
- O quarto deve ser um ambiente escuro, silencioso e com temperatura agradável. Não fique olhando para o relógio;
- Evite “tentar dormir”, isso agrava a ansiedade;
- Não assista à televisão na cama;
- Não deite com fome ou sede;
- Evite refeições pesadas à noite;
- Não faça exercícios físicos antes de dormir;
- Passe longe de alimentos ou bebidas com cafeína e álcool.
Causas da insônia na menopausa
- Ondas de calor;
- Alterações de humor;
- Mudanças sociais (os filhos saindo de casa, aposentadoria, etc.);
- Redução hormonal (perda de estrogênio e progesterona).
Os tratamentos
- Boa qualidade de vida, com alimentação saudável e exercícios;
- Medicamentos ansiolíticos, antidepressivos ou indutores do sono (sempre com acompanhamento médico);
- Apoio e acompanhamento psicológico;
- Técnicas de relaxamento como ioga, meditação e massagem;
- Reposição hormonal (na fase de climatério) caso necessário.




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