quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MERCADO DE CARBONO IV


O mercado de carbono entre 20 de dezembro e 03 de janeiro
Os baixos recordes nos preços do carbono no mercado europeu parecem finalmente ter chamado atenção dos legisladores, com um comitê parlamentar votando a favor do plano para reduzir a oferta das permissões de emissão.
Outro fator positivo emergindo neste início de ano é o anúncio do comprometimento dinamarquês de colocar a questão do abismo dos preços do carbono no foco da sua presidência do bloco europeu. Sustentabilidade e eficiência no uso de recursos serão prioridade durante os seis meses da Dinamarca na liderança da União Europeia.
A grande dúvida para 2012 é a gravidade que a crise econômica europeia alcançará e, neste cenário, qual será a real efetividade das intervenções pretendidas pelo executivo. Além disso, há questionamentos até mesmo se a retirada de permissões do mercado será ratificada pelos legisladores e como as intervenções serão estruturadas.
Em uma nova pesquisa, a Reuters concluiu que a maioria dos analistas do mercado de carbono cortou as estimativas de preço das permissões de emissão da União Europeia (EUAs, em inglês) para a primeira metade de 2012 em uma média de 30% em relação à pesquisa realizada um mês antes, para € 9,33.

Como a intervenção da UE sobre a oferta de créditos de carbono ainda tem que passar por outras votações antes de ser tida como garantida, as previsões para o período 2013-2020 também caíram quase um terço para uma média de € 16,16. As Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) também sofreram retrações nas estimativas das empresas, caindo 21% para € 6,64 na primeira metade de 2012 e 30%, para € 12,47, no período 2013-2020.
Não há fatores positivos e com a depressão (dos preços) da energia e gás, as quedas no carbono se tornam auto-fomentadoras. As EUAs para dezembro de 2012 estão sendo negociadas em € 6,86.
Apesar do atual cenário pessimista do setor, a desenvolvedora de projetos de energias limpas e carbono Camco International disse que os preços baixos do carbono afetarão a empresa em curto prazo, porém que em médio e longo prazo está constatando uma aceleração nos contratos fechados, especialmente naqueles voltados para eficiência energética.
A curva de valores do carbono em 2012 deve ser bem menos tortuosa do que no ano passado, ponderam analistas da Barclays Capital, isso porque os riscos e ausência de demanda resultantes da crise econômica na Europa já foram contabilizados nos preços atuais.
Além disso, a oferta e demanda de créditos de carbono devem ser mais alinhadas, com prováveis níveis maiores de hedging das usinas de energia e a entrada no mercado do setor de aviação contribuindo para a demanda e as EUAs industriais extras, a venda antecipada de EUAs da terceira fase do EU ETS e volumes consideráveis de RCEs preenchendo a oferta.

 

 

 

 

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