sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

JUROS


Brasil lidera juro no crédito rotativo
O Brasil tem a maior taxa real de juros entre as principais economias da América Latina quando o assunto é o crédito rotativo, ou o financiamento feito por meio do cartão de crédito. Os juros, segundo estudo da Proteste Associação de Consumidores, somam nada menos que 237,9%. A entidade comparou a taxa média de juros cobrada nas operações com cartão de crédito no Brasil com Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México.
A taxa brasileira supera e muito a segunda colocada, Argentina, com 50% ao ano. Em seguida vêm Chile (40,7%), Peru (40%), México (36,2%), Venezuela (29%) e Colômbia (28,5%). Segundo a Proteste, os cartões de crédito têm sido o maior fator de endividamento dos consumidores porque as taxas cobradas no rotativo se tornam impagáveis. E ainda assim o rotativo cresceu 22%em 2011.
Para a Proteste, o quadro é preocupante porque atinge principalmente os consumidores que entraram recentemente no mercado de consumo, pessoas de baixa renda, aposentados e pensionistas.
A associação diz ainda que parte da culpa desse processo de endividamento cabe às instituições financeiras. Além das taxas exageradas, o processo de concessão de crédito é falho e leva as famílias a contraírem vários financiamentos cujo valor das prestações chega a superar a própria renda mensal.
Segundo pesquisa divulgada dia 19/12 pela Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), entre os inadimplentes no País, 64,1% têm dívidas com cartão de crédito e 15,3% têm dívida em cartão de loja. O estudo mostrou ainda que os endividados têm em média 2,4 contas em atraso.
O último estudo de cartão feito pela Proteste constatou que não pagar o valor total da fatura pode transformar uma dívida de R$1 mil em R$ 7 mil após um ano, por exemplo, no caso de um cartão Hipercard, que cobra mais de 600% de juros no rotativo.

 

 

 

 

Itaú tem a anuidade de cartão mais cara do mercado
Ter um cartão de crédito facilita a vida. É o dinheiro de plástico, que nunca some da carteira e pode ser usado em quase qualquer lugar. Mas vale a pena checar a anuidade antes de escolher o banco que vai oferecer o produto. A diferença de cobrança anual no cartão mais básico do mercado, por exemplo, pode variar quase 300%. Já a distância entre o menor preço e o maior, e que abrange cartões com benefícios diferentes, pode chegar a vertiginosos 2.700%. 
A menor taxa do mercado é do Mercantil do Brasil, que oferece o Visa Standard Nacional Básico por R$ 24. A maior é do Itaú, que oferta os cartões Visa Infinite e Mastercard Black por R$ 690. Essa é a diferença de quem cobra algum tipo de tarifa. Mas há instituições, por exemplo, que não têm anuidade.
O levantamento foi feito com base na em site da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), que reúne os valores cobrados pelos principais bancos e empresas emissoras de cartões de crédito no Brasil. Por meio desse novo canal (www.tarifasdocartao.org.br), o consumidor pode consultar e comparar as tarifas de forma rápida e transparente.
De graça
Três instituições não possuem taxa de anuidade. Luizacred, financeira do Magazine Luiza e do Itaú, e Hipercard, também do grupo Itaú, não cobram anuidade em seu cartão Mastercard Standard Internacional. O Banco BMG, por sua vez, isenta de tarifas o cliente do Mastercard básico Classic Nacional.
Os básicos
No cartão mais básico possível, e que é uma exigência do Banco Central (BC), as anuidades vão de R$ 24, no Mercantil do Brasil, a R$ 90, na Portoseg (veja gráfico acima para comparar as tarifas intermediárias). Na regra que disciplinou e diminuiu os tipos de tarifas cobradas pelos cartões, o BC também exigiu que toda instituição tivesse um cartão básico, nacional e/ou internacional.
O Mercantil diz que seu cartão de crédito básico não tem vínculo com premiação, ou seja, tem como único serviço a realização de compras a crédito.
Os luxuosos
Na outra ponta do mercado, as anuidades dos cartões premium vão às alturas. Os mais caros são o Visa Infinite e o Mastercard Black. Poucas instituições oferecem. No caso do Visa são apenas três: Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal. O Itaú cobra anuidade de R$ 690, o Bradesco de R$ 680 e a CEF, de R$ 495. Consultado sobre a taxa, o Itaú não retornou o pedido de entrevista.
Veja o que cada cartão oferece
Luizacred - A empresa diz, em sua página na internet, que nas compras parceladas, o limite do seu cartão é comprometido apenas com o valor da parcela. Com isso, o cliente pode comprar até três vezes o valor do seu limite. O usuário pode ainda aproveitar ofertas e condições exclusivas no Magazine Luiza. O Cartão Luiza também permite fazer saques em dinheiro em toda a Rede Unibanco 30 HORAS e Banco 24 Horas.
Hipercard - O cartão oferece até 40 dias sem juros para pagar as compras. Segundo a empresa, é o cartão de crédito preferencial do Grupo Walmart Brasil (Hiper Bompreço, Bompreço, BIG, Maxxi, Mercadorama, Nacional, Todo Dia e Sam´s Club), além de ser o único cartão de crédito aceito no Sam´s Club. Com o plástico, o cliente pode ainda pagar contas de luz, água, telefone entre outras, com até 40 dias de prazo.
BMG - No BMG, o cartão é oferecido a aposentados e pensionistas do INSS e servidores públicos. Entre as vantagens estão saques em dinheiro (Rede Cirrus e caixas eletrônicos Bancos 24 horas), telessaques com depósito direto em sua conta corrente e pagamento mínimo descontado na folha de pagamento.
Visa Infinite - O cartão oferece vários seguros, como de acidentes de viagem, locação de veículos, garantia estendida e atraso de voo. Há ainda ofertas exclusivas, com descontos em lojas de luxo como Gloria Coelho, Ricardo Almeida e Dryzun, segundo o site da Visa.
Mastercard Black - Entre os benefícios estão tratamento especial e exclusivo em aeroportos e nos melhores hotéis, restaurantes e lojas do mundo, segundo a Mastercard. O cliente também pode ter um assistente pessoal exclusivo para ajudar em uma viagem de negócios ou até a escolher um presente.




Governo limita tarifas do Cartão
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma decisão que revê as regras para cobranças de tarifas de cartões de crédito, que passam a ser reguladas também pelo Banco Central. O governo espera que fique mais claro para o usuário quais são os custos pagos e, por consequência, que uma comparação mais eficiente por parte dos consumidores leve a queda dos preços cobrados.
Segundo a diretoria de política monetária do Banco Central, foram identificadas cerca de 80 tarifas que são cobradas pelos bancos, que, a partir de agora, poderão ser apenas cinco, para facilitar a comparação.
As cinco taxas que poderão ser cobradas são:
1 – anuidade pelo uso;
2 – solicitação de segunda via do cartão por mau uso ou imputabilidade ao usuário, como perda ou quebra do cartão;
3 – quando houver saque de dinheiro em espécie da função crédito do cartão;
4 – no pagamento de contas de consumo por meio do cartão de crédito;
5 – quando o cliente solicitar uma reavaliação emergencial do seu limite de crédito quando estiver próximo ou atingido o limite.

Não será mais permitida, por exemplo, a cobrança pelo uso de pontos em programas de benefícios. Entre as demais tarifas existentes hoje, a tendência é de que elas sejam transferidas para a anuidade, de modo que os clientes tenham mais facilidades para compará-las.
Pelas novas regras, haverá dois tipos de cartões: o básico e o diferenciado. O básico só teria duas funções normais, como meio de pagamento e parcelamento da fatura. O diferenciado incorpora os chamados programas de recompensa ou benefícios, como milhagens, pontos para produtos ou serviços, entre outros. “Os custos dos benefícios diferenciados poderão estar incorporadas à anuidade do cartão.”
Os bancos não poderão oferecer aos seus clientes apenas o cartão diferenciado. O básico será a referência para o mercado comparar as taxas. Segundo Mendes, a anuidade do cartão básico deverá ser necessariamente inferior, àquela do cartão diferenciado. É aceitável, ainda, segundo a resolução de hoje, que o cartão internacional tenha anuidade superior àquela dos cartões com aceitação apenas nacional.
Destaca-se, ainda que, pela determinação, o usuário poderá cancelar o cartão de crédito e, por consequência, deixar de pagar anuidade, mesmo que ele tenha ainda parcelas futuras a pagar no cartão de crédito.
Se os preços de anuidades vão variar, vai depender da decisão comercial de cada banco.
Essas regras começaram a valer em 1/06/11 para cartões novos. Para o estoque existente naquela data, a adequação deverá ser feita até 1/06/12.
Novas regras amparam consumidores
O CMN determinou também que os bancos terão de informar nos demonstrativos mensais o limite total de crédito, os gastos realizados, as operações de créditos contratadas, os valores relativos aos encargos cobrados e o Custo Efetivo Total (CET) para o período a seguir.
Está explícito que é vedado o envio de cartão de crédito sem solicitação do cliente. A previsão já existia no Código de Defesa do Consumidor, mas agora o BC poderá aplicar penalidades aos bancos pela prática.
Essas medidas visam a atender demandas dos órgãos de proteção dos direitos dos consumidores.
Combate ao “superendividamento”
A partir de 1/06/11, o pagamento mínimo das faturas de cartão de crédito terá de ser a partir de 15%. A prática era de 10%. A partir de 1/12/11, esse pagamento mínimo subiu para a partir de 20%. A medida visa a disciplinar o uso do cartão de crédito, fazer com que a dívida seja pagável e reduzir o “superendividamento”.

Esse cronograma visa a evitar complicações para o portador do cartão, porque ele pode ter se programado para pagar as tarifas em um período maior.
Dessa forma, o CMN leva para o mercado de cartões de crédito a filosofia adotada para as tarifas bancárias atualmente, por exemplo, com o BC informando em seu site as tarifas cobradas para o serviço.



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