ATIVIDADE SOLAR

Fraca atividade solar não reduzirá aquecimento global

O sol passará em 2012 por um período de atividade acima do normal, mas após isso o astro deve cada vez ficar mais calmo e o século XXI será marcado por uma fraca atividade solar. Porém, essa tendência deve resultar em uma redução de apenas 0,08°C nas temperaturas médias em 2100, não evitando que se ultrapasse a temida marca dos 2 °C de aquecimento global, que segundo os cientistas resultará nas piores consequências das mudanças climáticas.

Quem afirma isto é o renomado Met Office britânico, depois de realizar uma pesquisa em parceria com a Universidade de Reading sobre a atividade solar e sua repercussão nas temperaturas do planeta.

Segundo os pesquisadores, mesmo se o sol frear suas atividades até o menor nível já registrado, entre 1645 e 1715, a redução na temperatura seria de apenas 0,13°C.

As descobertas sugerem que mesmo se a atividade solar ficar a mais calma registrada nos últimos séculos isso não será o suficiente para compensar o aumento da presença dos gases do efeito estufa na atmosfera.

Durante o século XX a atividade solar chegou a níveis intensos e recentes estudos sugerem que estamos para ver o fim desse processo. Partindo desse pressuposto, estudiosos traçaram as mais prováveis mudanças na atividade solar para as próximas décadas.

O cenário mais plausível é que veremos uma redução na atividade em comparação com o século XX. A chance de que o sol atinja seu recorde de baixa é de 8%. É claro que isso se baseia na ideia de que o passado do astro seja um guia confiável para prever como ele vai se comportar daqui para frente.

Os cientistas do Met Office pegaram os resultados da atividade solar e lançaram em seu próprio modelo climático para chegar às possíveis temperaturas futuras.

O que percebemos é que o sol não possui a capacidade de evitar o aquecimento global resultante da presença dos gases do efeito estufa na atmosfera. Mas é importante ressaltar que nosso modelo não é capaz de capturar todas as incertezas do sistema climático.

2012

Para o atual ano, o serviço meteorológico britânico prevê que enfrentaremos uma temperatura 0.48°C acima da média global entre 1961 e 1990, que foi de 14°C. Isto colocará 2012 entre os dez anos mais quentes já registrados desde 1850.

O La Niña [fenômeno que esfria as águas do Oceano Pacífico] ainda atuará em 2012, mas de maneira menos intensa do que no ano passado. Assim, prevemos que este ano a temperatura será acima da de 2011, mas não ultrapassará o recorde histórico, que ainda deve ficar com 2010.

A Organização Meteorológica Mundial (WMO, em inglês) divulgou que a temperatura em 2011 ficou 0,41°C acima da média. Para chegar a esse número, a entidade se baseou nos resultados apresentados pelo Met Office e Universidade de East Anglia (HadCRUT3),  pela NASA (NASA GISS) e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA NCDC).