Dignidade Humana
Alguns deputados, igualmente bem intencionados, falam esporadicamente sobre a importância de dar dignidade humana a esses párias da sociedade, mas nada ou quase nada é feito de maneira efetiva para que isso aconteça de maneira concreta, a não ser quando sobrevém uma catástrofe natural ou não, vista como acidente da natureza, imprudência ou negligência das vítimas ocasionais.
Aqui se faz necessário dizer que muitos dos nossos miseráveis, como os de Victor Hugo, labutam durante o dia, uns catando restos de comida, outros fazendo biscaites e muitos outros mendigando nas portas de bares e restaurantes, e a noite descansam o corpo fatigado debaixo de marquises, ao relento nas praças públicas, embaixo de pontes e viadutos e até mesmo nos buracos das barras de contenção das águas da Baía de Guanabara, no Aterro do Flamengo, no Rio, ou nos contrafortes da Praia de Boa Viagem, inclusive em Itaipu, Niterói.
Trata-se de uma população de miseráveis e entre estes existem alguns eleitores que atendem aos apelos dos candidatos aos cargos eletivos, sempre durante as campanhas eleitorais. Urge, portanto, que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa também se preocupa com a situação dessa gente. Não basta, no entanto, tirar esses miseráveis do seu habitat. É preciso dar-lhes a oportunidade de serem realmente gente.
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