Migrações III
Migrações de longa distância estão desaparecendo
Entre as migrações presentes no relatório está a distância de 640 quilômetros percorrida por alguns caribus do Alasca. Os caribus podem se deparar, entre outros perigos, com dificuldades à medida que as alterações climáticas trazem mais neve, o que pode retardar a viagem e torná-los mais vulneráveis ao ataque de lobos. Talvez mais do que qualquer outra espécie, cita o relatório, os caribus possuem uma história de "sobrevivência através de movimentos e migrações adaptativos".
Porém, em termos de quilometragem absoluta, a viagem deles se torna pequena quando comparada à de pássaros da espécie Sterna paradisaea, que viajam até 38.000 quilômetros em um ano, realizando uma viagem de ida e volta de um polo a outro. A migração pode estar ameaçada pelo desenvolvimento humano nos locais de parada dos pássaros durante a viagem.
Três espécies de morcegos possuem corredores particularmente específicos, aponta o relatório. Os morcegos das espécies Choeronycteris mexicana e Leptonycteris nivalis, e os menos numerosos da espécie Leptonycteris yerbabuena, passam algum tempo no sudoeste dos Estados Unidos. As três migram em épocas diferentes para o México, alimentando-se de néctar, pólen e frutas de seu corredor de migração. A principal ameaça consiste na incorporação dos terrenos no "corredor de néctar", o qual possui plantas com flores que fornecem alimento durante a viagem.
À medida que as rotas de migração são interrompidas, outras espécies também podem ser afetadas, incluindo os seres humanos. Tomemos o caso dos pássaros canoros migratórios, cujo número foi reduzido em toda a América do Norte.
Esses pássaros comem de 3.000 a 10.000 toneladas de insetos todos os dias na primavera, enquanto realizam sua viagem.
"Trata-se de uma preocupação real", afirmou Wilcove, de Princeton. "Tudo indica que, com o declínio dos pássaros canoros, o dano causado pelos insetos às culturas e florestas será maior", afirma.
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