segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PERIGO AMBIENTAL II


Migrações II
Migrações de longa distância estão desaparecendo
Em seguida, aconteceu com o hoje extinto pombo-passageiro (Ectopistes migratorius). Em 1866, o bando migratório era tão grande que levava 14 horas para atravessar uma localidade de Ontário, no Canadá.
Histórias como essa podem conquistar o apoio a favor da preservação dos corredores usados pelos animais para migrar. "Se eu afirmar: 'precisamos proteger a conectividade ecológica', as pessoas dirão: 'O que isso significa'? Precisamos de algo que o público consiga compreender. Migrações espetaculares possuem o poder da narrativa".
Os animais selvagens migram em busca de água ou comida em diferentes épocas do ano, ou para se reproduzirem. A capacidade de se deslocar livremente na natureza pode se tornar ainda mais importante com as alterações climáticas e a necessidade de adaptação da fauna selvagem. Eles precisam acompanhar o movimento das plantas que lhes servem de alimento ou procurar por novas fontes de água conforme as fontes habituais secam.
O problema é que, muitas vezes, os corredores são muito longos, e surgem diversos obstáculos devido à falta de reconhecimento ou proteção das migrações. Mas existem também os obstáculos naturais. Este ano, por exemplo, vários exemplares de antilocapra (Antilocapra americana), o mais rápido mamífero terrestre da América do Norte, afogaram-se quando tentavam atravessar o rio Missouri durante a cheia em direção à área onde as fêmeas dão cria no Canadá.
David Wilcove, ecologista de Princeton e autor do livro "No way home: the decline of the world's great animal migrations" ("Sem caminho para casa: o declínio das grandes migrações mundiais de animais", em tradução livre, Island Press, 2007), acredita que narrativas sobre as grandes migrações podem representar uma boa estratégia.
"Eu não acredito que a noção de biodiversidade por si só tenha obtido força perante o público", afirmou "Porém, as pessoas são fascinadas pelas migrações de animais desde que os primeiros hominídeos observaram os gnus. E essa fascinação continua nos dias de hoje", afirma.
Oswald Schmitz, ecologista da Universidade Yale, concorda, mas menciona que ainda faltam evidências para se afirmar que a perda dos corredores pode ter como resultado a extinção.
"Precisamos introduzir gradualmente um novo tipo de ética, e este relatório cumpre muito bem a função de mostrar porque precisamos proteger os grandes cenários naturais", afirma. "Trata-se de uma narrativa que explica a quem não é cientista a razão da necessidade de proteger as grandes paisagens", afirma.
Segundo os biólogos, a proteção de grandes paisagens também tem a vantagem de proteger uma enorme variedade de outras espécies que ocupam áreas menores.

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